Por Redação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 26 de março, dados relacionados à gestão territorial no Brasil, destacando a interação entre agentes econômicos e políticos na definição do papel urbano das cidades. A pesquisa mapeou fluxos intangíveis que exercem forte influência na organização espacial das empresas e órgãos públicos.
O estudo busca compreender como diversas cidades e regiões se conectam por meio de redes de gestão territorial e identifica os centros urbanos com maior capacidade de comando e controle no país.
A análise do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) 2020 e 2021 revelou que, no Tocantins, houve uma média de 7.174,5 sedes e filiais de empresas multilocalizadas (aquelas que operam em vário locais geográficos, seja dentro do país ou internacionalmente). Palmas lidera com 1.878,5 unidades, seguida por Araguaína com 870 e Gurupi com 558.
Palmas se destacou com 201 conexões de gestão empresarial com São Paulo, sendo o maior vínculo na categoria, seguida por Goiânia (166 conexões) e Brasília (157 conexões). Esses dados foram obtidos a partir de CNPJs de unidades empresariais, tanto sedes quanto filiais, permitindo medir a intensidade das relações estabelecidas entre elas.
Palmas: Principal Centro de Gestão Pública no Tocantins
O estudo também apresentou informações sobre a gestão pública no Brasil, baseando-se em dois aspectos: o papel estruturante do Estado no espaço através de suas organizações e a distribuição espacial das instituições públicas como fator de centralidade.
Foram levantadas as presenças de instituições públicas em cada município, incluindo órgãos federais como o INSS, MTE, Receita Federal, IBGE e várias instituições judiciais, além de secretarias estaduais de educação e saúde.
As localidades foram classificadas com base na quantidade de órgãos de gestão pública presentes. Palmas lidera o estado com o grau quatro na escala, uma das 116 cidades nesse nível. Quanto menor o número, mais centralizador é o município. Araguaína e Gurupi, por sua vez, ocupam o nível seis.
Marcelo Motta, gerente da pesquisa, destacou que “os relacionamentos a distância entre agentes econômicos e políticos ajudam a definir o papel das cidades. De um lado, o Estado atende à população, reúne dados, recolhe tributos e executa políticas públicas; de outro, as empresas buscam lucratividade com estratégias específicas de atuação e organização espacial.”