“O Estado do Tocantins não está entre os oito Estados com atrasos de salários de servidores e nem entre os seis que se encontram em uma situação tão grave que não garantem o caixa para pagar o 13° salário dos funcionários”, citou a deputada federal Josi Nunes(PMDB/TO) durante uso da tribuna na Câmara dos Deputados.
A deputada federal Josi Nunes(PMDB/TO) usou a tribuna durante as breves comunicações da sessão extraordinária desta quinta-feira, 17, para falar sobre a situação econômica do Estado do Tocantins. “Para entendermos a situação atual, é necessário contextualizarmos as informações. Em 2015, quando assumiu o Governo do Estado, o Governador Marcelo Miranda herdou da gestão anterior, a folha de pagamento do mês de dezembro sem recursos em caixa e ainda com atraso de 4 meses nas consignações a serem repassadas ao Instituto de Gestão Previdenciária — IGEPREV, somando a quantia total de 472 milhões de déficit já previsto para o ano de 2015. Diante deste cenário e da necessidade de formação de caixa financeiro, o Estado, então, alterou a data de pagamento salarial dos servidores, passando do dia 1º de cada mês para o dia 10”, lembrou.
A parlamentar explicou que a situação de 2016, não foi muito diferente da situação do ano anterior, uma vez que no primeiro semestre deste ano, o Estado acabou gastando mais do que arrecadou. “Dados do SICONFI, do Tesouro Nacional, revelam que o Tocantins tem um déficit primário de 1,85 bilhão de reais no período, ou seja, mais do que o dobro do registrado nos primeiros 6 meses de 2015, quando foi registrado o déficit de 894 milhões de reais. Entretanto, vale ressaltar que o motivo deste rombo se deve à queda no FPE, tendo em vista, que esta é a principal fonte de receita do Tocantins. De janeiro a setembro de 2016, foi registrada a queda de 254 milhões de reais do FPE, em comparação com o mesmo período de 2015. Diante deste cenário, a situação não poderia ser outra, o Estado se encontra em uma grave crise”, explicou a deputada.
Levantamento G1
Ao citar o levantamento feito pelo site G1, que aponta que a recessão atingiu as contas dos Estados brasileiros, já que grande parte não consegue mais manter a máquina pública, Josi comparou a situação do Tocantins, com a dos demais Estados. “A situação do Tocantins é difícil, mas é incomparável a de outros Estados, que têm vivenciado um verdadeiro caos. O Estado do Tocantins não está entre os oito Estados com atrasos de salários de servidores e nem entre os seis que se encontram em uma situação tão grave que não garantem o caixa para pagar o 13° salário dos funcionários”, citou.
A tocantinense fez questão de frisar que o Governo do Estado tem tomado medidas duras para “estancar” a crise. “É preciso ressaltar que, diante desta conjuntura, em momento algum, o Governo do Estado esteve inerte. Entre 2015 e 2016 foram demitidos mais de 4.500 comissionados. O Governador tem tomado as medidas necessárias. Houve agora, grandes demissões, mas, tudo isso é para fazer com que o ajuste fiscal, o equilíbrio seja alcançado, para que o governo possa retomar o crescimento no Estado do Tocantins” frisou.
Ao finalizar, Josi comentou sobre a greve dos servidores que durou quase 90 dias, reforçando a importância do consenso e a união de forças para retirar o Estado da crise econômica. “Governador Marcelo Miranda lamentou não atender as reivindicações dos servidores na sua íntegra, mas fez uma proposta de pagar na data-base. Agora, com o retorno desses servidores, o Governador deseja paz e tranquilidade. O momento agora, é de consenso, de união de forças para retirar o Tocantins dessa grave crise. É hora de recuperarmos a economia e assim, garantir qualidade de vida para todos”, finalizou.