O presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, deputado Mauro Carlesse (PHS) afirmou neste sábado, 03, que é inconcebível o presidente da república, Michel Temer (PMDB) autorizar estudo para transposição do rio Tocantins para a bacia do rio São Francisco. “É mais uma ação eleitoreira para angariar apoio no nordeste”, considerou Carlesse.
por Wesley Silas
“Isso é total falta de conhecimento da realidade da situação de nossas águas e é mais uma ação eleitoreira para angariar apoio no nordeste. A população tocantinense conhece bem a fragilidade em que estamos vivendo com as estiagens e com certeza vão se posicionar contrária à esta declaração”, disse.
O parlamentar citou uma proposta aprovada em dezembro na AL de sua autoria inclui parágrafo único ao artigo 9º da Lei 1.307, de 2002, que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos, que proíbe o uso de águas de rios estaduais, como os das nascentes do Tocantins, para uso em transposição de rios federais.
“Já aprovamos um projeto de lei que dificulta esta iniciativa e esperamos que nossas Leis sejam respeitadas e nossa autonomia em gerir nossos mananciais. Espero que nossa bancada federal reaja imediatamente contra esse absurdo que querem fazer com nosso rio que é orgulho para nossa gente. Sou totalmente contra essa ideia é vou seguir lutando contra ela, pois nossos recursos naturais não podem ser destruídos para atender caprichos políticos e sem fundamentação técnica”, disse o parlamentar.
A reação do deputado Mauro Carlesse aconteceu depois da ida do presidente Michel Temer em Cabrobó, no Sertão de Pernambuco na sexta-feira (02) em que o presidente prometeu assinar a autorização para que seja elaborado estudos da integração entre as bacias dos Rios Tocantins e a de São Francisco. Um projeto apresentado pelo deputado federal, Gonzaga Patriota (PSDB-PE) desde 1975.
“Espero que lá para a frente alguém venha aqui e diga foi o Temer que iniciou essa integração”, discursou Temer ao defender a paternidade do serviço que ainda não foi iniciado e prevê inauguração para quatro ou cinco anos.