Por meio de pesquisa realizada em Paraíso do Tocantins, estudantes e professor do curso superior de Administração, do campus Paraíso do Tocantins (IFTO), destacam aumento no valor da cesta básica local, referente ao mês de fevereiro deste ano
O estudo revela que para o período, o valor da cesta foi de R$ 236,79. O resultado representa 1,19% a mais do que o mês anterior.
A pesquisa realizada sob orientação do professor Márcio Eckardt, com a participação dos estudantes Gianluca Batista Silva, Leila Maria Azevedo Costa e José Marcio Ferreira, tem o objetivo de avaliar o poder de compra do salário mínimo na aquisição de alimentos na região. O estudo vem sendo realizado desde novembro do ano passado e, ao longo de um ano, a equipe vai apresentar mensalmente os valores obtidos.
O levantamento revela ainda que no acumulado do primeiro quadrimestre de pesquisa, foi registrada uma variação negativa nos preços de aproximadamente 2,38%. “Desta forma, um trabalhador paraisense, que recebe um salário mínimo mensal, no valor de R$724,00, necessita trabalhar aproximadamente 72 horas por mês, ou seja, 9 dias para poder adquirir esta cesta de produtos” explica o professor.
Na prática, isso significa que, para o trabalhador suprir suas despesas e da sua família, incluindo alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 1.989,28. Quase três vezes mais que o valor do salário atual.
Pesquisa Nacional
A nível nacional, a pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, revelou que no mês de fevereiro, o valor do salário mínimo deveria ser de R$2.778,63, isto é, 3,84 vezes o valor do salário mínimo em vigor. O DIEESE, por meio da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), considera que as despesas com alimentação equivalem a 35,71% da renda do trabalhador. Para realizar este cálculo, o departamento toma como base uma família com dois adultos e duas crianças, que por hipótese, consomem como um adulto. Após estas considerações, o resultado é multiplicado por três, considerando o maior valor encontrado dentre as 18 capitais pesquisadas.
A pesquisa da cesta básica nacional, realizada pelo DIEESE, apontou novamente um aumento do preço em metade das 18 capitais pesquisadas e queda em outras nove. Na região Norte/Nordeste, Aracajú-SE e Belém-PA tiveram um aumento de 5,31% e 0,83% respectivamente. As maiores quedas obtidas na região foram em João Pessoa-PB (3,47%) e Manaus-AM (3,44%).
Variação de preços
O estudo realizado pela equipe do campus Paraíso do Tocantins revela também o comportamento dos preços na cidade no mês de fevereiro. Dentre os produtos que compõem a cesta, as maiores quedas registradas foram referentes ao leite e à manteiga, com redução de 5,9% e 4,9% respectivamente. Por outro lado, os maiores aumentos ficaram por conta da banana com 10,8% e da farinha de trigo com 4,1%. No acumulado dos últimos quatro meses, as maiores quedas nos preços foram do feijão com 18,8% e do leite, com 14,5%. Os maiores aumentos registrados foram da banana, 8,5%, e do açúcar com 7,3%. Conforme os resultados, os produtos que mais pesam no valor da cesta são a carne, com 24,3%, o tomate, 20,2%, o pão 17,8% e a banana com 10,2%.