por Redação
Uma declaração do jogador Neymar chamou a atenção da imprensa e dos torcedores nesta semana. Ele revelou que a próxima Copa do Mundo disputada no Catar poderá ser a última de sua carreira, devido ao desgaste emocional que está atravessando. Disse também que não sabe se terá mais condições “de cabeça, de aguentar mais futebol” e que fará de tudo para “realizar o sonho” no ano que vem.
Esse depoimento do atleta pode ser uma maneira de procurar chamar a atenção como um pedido de ajuda. É o que revela em entrevista à magazine portuguesa ‘Mais Esportes’ da emissora TVI, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo luso-brasileiro Fabiano de Abreu: “No futebol, o jogador precisa ter bastante inteligência emocional. O lobo frontal, região da lógica, responsável pela tomada de decisões e prevenção precisa ser desenvolvido de maneira a controlar a emoção, que fica no lobo temporal do cérebro. Ambas as regiões se comunicam e, quando emocionalmente afetada, por diversas circunstâncias, a comunicação pode não funcionar da maneira correta”.
Fabiano observou que alguns atletas, como o Neymar por exemplo, “estão o tempo todo no celular. Incrível como parece que todo vídeo que mostra sua intimidade no Paris Saint-Germain, muitos com participação do Mbappé, o brasileiro está mexendo no aparelho”. O que isso quer dizer? Para o neurocientista, “a rede social afeta o sistema de recompensa no cérebro, levando a uma maior ansiedade e descontrole emocional, a revelar imaturidade, necessidade de chamar atenção, entre outros sintomas provenientes de transtornos de personalidades dramáticas”.
Na entrevista, Abreu acrescentou ainda que a rede social para atletas, principalmente os que possuem fama, é uma arma e isso já foi revelado nas olimpíadas.
“A concentração, manipulação da inteligência emocional, neuroplasticidade cerebral com leitura, jogos de lógica e diminuição do tempo na rede social é um trabalho essencial e psicológico que toda equipe deveria tratar nos jogadores”. Outro detalhe importante, aponta Fabiano, é que “as plataformas digitais estão prolongando a infância, a imaturidade é proveniente da necessidade de chamar a atenção e isso tem relação com a rede social, com o sistema de recompensa do cérebro, assim como a cultura de destaque contínuo que ela fornece. O narcisismo exacerbado tornou-se um dos sintomas mais aparentes”, completou.
Link da entrevista: https://maisfutebol.iol.pt/