O Portal Atitude teve acesso a informações sobre ameaçados a dois jornalistas por pessoas ligadas a uma empresa do Grupo Exata controlada por Franklin Doulgas Alves que tentou compra-los e silenciá-los para não divulgar matérias sobre um suposto contrato ilícito entre a Exata e a Secretaria de Educação e Cultura, na OCRIM encabeçado pelo ex-governador Marcelo Miranda, seu irmão Brito Júnior e o pai, Brito Miranda. Em nota, o Sindicato de Jornalista do Tocantins (Sindjor) informou que está “acompanhando o caso e reitera que luta sempre pela manutenção do livre exercício garantido em Lei e na Constituição Federal”.
por Wesley Silas
A Operação Replicantes, deflagrada na manhã desta quarta-feira (06), visa desarticular organização criminosa no Tocantins que é alvo de várias investigações da Polícia Federal.
Conforme as informações de um fonte, o jornalista procurou a Polícia no dia 01 de outubro de 2019 e afirmou que estava sentido ameaçado por pessoas ligados ao Grupo Exata, controlada por Franklin Doulgas Alves, preso na operação desta quarta-feira. Conforme relatos do jornalista, o grupo teria descoberto que seria objeto de uma matéria jornalística, veiculada no dia 24 de setembro de 2019 pelo jornal do Tocantins com dados relativos a pagamentos referentes aos contratos com o Estado do Tocantins, dos quais 23% efetivados na gestão Marcelo Miranda e que a grande maioria dos pagamentos era proveniente da Secretaria de Educação – SEDUC, e, curiosamente, os pagamentos ao grupo EXATA não atrasavam, ao contrário do que ocorria com outros fornecedores.
As tentativas de ameaças e tentativas de compra do silêncio seguiram no dia 19 de setembro seguinte quando uma assessora do Grupo Exata tentou estancar a matéria com o diretor comercial e com o diretor Geral do Grupo Jaime Câmara no Tocantins. No mesmo dia outra pessoa ligada a Frank teria procurado a ex-esposa do jornalista que ficou assustada e disse que um pessoa teria lhe procurado para impedir a publicação da matéria que estava em produção.
Outra personagem envolvida na tentativa de calar o jornalista foi um servidor da Secretaria Estadual de Educação que a mando de Frank teria ofertado R$ 50 mil para não divulgar a matéria. O ex-secretário de Comunicação no Governo Marcelo Miranda, Rogério Silva, que chegou a dizer para o jornalista que a matéria que estava sendo produzida estava incomodando muita gente grande e, pelo menos 08 pessoa teriam pedido a ele que intervisse para que a matéria não fosse publicada e ofereceram ao jornalista custear dois anos em Portugal. Em decorrência as pressões, o jornalista declarou à polícia que chegou a ficar isolado na redação do jornal durante àquele final de semana e que estava receoso com as abordagens, em especial pelo seu filho, tendo em vista que o grupo ligado a matéria teria agido reiteradamente para impedir a publicação, procurando, inclusive, pessoas próximas a ele. Porém, a matéria foi publicada no dia 24 de setembro. Entretanto, com a deflagração das operações policiais envolvendo a família Miranda ocorridas nos dias 25 e 26 de setembro, identificou possível relação daquelas investigações com a sua matéria e, assustado, registrou um boletim de ocorrência.
Entre as pessoas que também teria procurado o jornalista, foi Larissa de Souza Ayres Bucar, casada com Marcinho Bucar, filho de Raimundo Bucar o qual, segundo apontam as investigações, ocupou relevantes cargos no governo do Estado do Tocantins nas gestões de Marcelo Miranda e todos eles já foram apontados como “laranjas” da família Miranda durante as investigações já realizadas em outras operações policiais envolvendo os investigados.
Nota do Sindjor
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins (Sindjor) disse que “está acompanhando o caso e reitera que luta sempre pela manutenção do livre exercício garantido em Lei e na Constituição Federal” e que “repudia veementemente qualquer ato que possa ir contra o trabalho livre do jornalista”.
Confira a nota:
Em razão das últimas notícias divulgadas acerca de operação da Polícia Federal com menção ao trabalho e atuação de jornalistas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins informa que está acompanhando o caso e reitera que luta sempre pela manutenção do livre exercício garantido em Lei e na Constituição Federal. O Sindjor-TO repudia veementemente qualquer ato que possa ir contra o trabalho livre do jornalista.
Importante salientar que, muitas vezes, o trabalho do Sindicato é feito sem a manifestação pública ou qualquer divulgação, em respeito aos profissionais envolvidos e as particularidades de cada caso.
Sindjor-TO