Por Wesley Silas
Assim como acontece com um piloto, o objetivo dos grupos políticos numa eleição polarizada é chegar na frente, ou em segundo lugar no primeiro turno. No Tocantins as movimentações políticas mostram três vias na disputa ao Governo Estadual e ao senado – caso for levado em consideração que pré-candidatura do ex-prefeito Laurez Moreira (PDT), partido do presidenciável Ciro Gomes, não tem deslanchada e ele deverá apoiar o governador Wanderlei Barbosa nas eleições de outubro, assim como outros nomes como o do ex-senador Ataídes (PROS). A situação do prefeito Laurez é parecida com a de Ciro Gomes que não consegue melhorar sua margem na corrida presidencial contra o ex-presidente Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), motivo pelo qual boa parte dos 25 deputados federais do PDT não querem dividir R$ 250 milhões do fundo eleitoral e manter o partido competitivo dentro da cláusula de barreira determinada por lei, devido nestas eleições, os partidos terão o desafio de conseguir, no mínimo, 2% dos votos válidos para a Câmara, ou, ao menos, eleger 11 deputados para terem acesso aos fundos partidário e eleitoral. Isso leva os “especialistas” a acreditar que se o partido não tem interesse na eleição de Ciro Gomes para não perder parte do fundo partidário ao pré-candidato à presidência, no Tocantins não é diferente e o presidente do PDT, Carlos Lupi, conforme uma fonte do Portal Atitude, teria deixado claro para ex-prefeito de Gurupi e ex-deputado federal Laurez Moreira que não tem interesse em eleger vice-governador, mas sim deputados federais e o nome dele seria uma boa aposta no Tocantins.
Encontros regionais do PT
A terceira via na eleição ao governo do Tocantins mostra que “não será acostamento”, como muitos políticos experientes costumam dizer e se prepara para ultrapassagem com a força da esquerda do ex-presidente Lula para chegar num eventual segundo turno na eleição ao governo do Tocantins. Foi nesta linha os discursos de líder partidários petista durante encontro com militantes em Gurupi e em Dianópolis nos discursos voltados aos votos do “povo pobre, excluído, a trabalhadora e o trabalhador”.
“Precisamos compreender a realidade deste estado desde a sua fundação, pois nunca conseguiu diminuir a pobreza e o Partido dos Trabalhadores é a alternativa de mudança, que significa romper com a concentração de renda. Somos um estado onde mais de 800 mil pessoas não têm casa para morar, 100 mil vive com menos de 150 reais por mês, e por isso precisamos compreender para quem devemos pensar a política pública”, destacou o deputado estadual Zé Roberto Lula, presidente do PT-TO, após a polêmica em que ela atacou os grandes produtores de soja do Estado culpando-os pelas má condições das estradas.
Incluir o Tocantins na “eleição de Lula em outubro”
Neste mesmo discurso seguiu o pré-candidato ao governo do Tocantins pelo Partido dos Trabalhadores, Paulo Mourão, quando ele defendeu a necessidade de incluir “todas e todos no orçamento do Tocantins e do Brasil, como um todo, com a eleição de Lula em outubro”.
“Em outros momentos o Brasil avançou, mas o governo que mais conquistou socialmente e economicamente na nossa história foi o de um cidadão, torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, ele criou um processo de inclusão social e de respeitabilidade, ele governou para todos e para todas”, destacou Mourão ao defender que assim como no Brasil é preciso romper com os privilégios para os mais ricos, no Tocantins, o processo de desenvolvimento também passa por esta premissa.
União do povo em defesa do retorno da ” lealdade e fidelidade aos princípios éticos” da sociedade
Outra mensagem de Paulo Mourão aos militantes do PT, é a insegurança política e jurídica no Estado ao lembrar que desde o ano de 2026 os governadores não concluíram seus mandatos e, em seguida defendeu que a necessidade do retorno dos ‘princípios éticos e morais’.
“Os jogadores [governantes] são instalados em times diferentes, mas são sempre os mesmos e é preciso que os partidos e todos e todas, que se alinham aos desejos e aos sonhos do povo se unifiquem para retomar a lealdade e fidelidade aos princípios éticos, morais, constitutivos da nossa sociedade”, ponderou Paulo Mourão ao destacar ainda que “precisamos romper com modelos de política que beneficiam apenas alguns grupos, esses modelos de política que não tem compromisso com a sociedade, não podemos aceitar e por isso cabe ao PT levantar a bandeira da mudança e da transformação”.
A deputada estadual Amália Santana avalizou a fala de Mourão e destacou que “não vamos cruzar os braços e não vamos calçar o salto alto, vamos para as ruas levar os nomes dos nossos pré-candidatos, temos exemplos de como a vida das pessoas nos governos Lula e Dilma melhorou e neste momento Lula vai encontrar o país com muitas dificuldades, e nós, enquanto militantes, temos a responsabilidade muito grande de ajudá-lo, e não tenha dúvida o Brasil vai voltar a sorrir”.
Segundo no mesmo discurso, o deputado federal, Célio Moura, saiu em defesa da eleição de representantes do PT na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, no Governo e na Presidência da República. “Foi com a nossa representação na Câmara dos Deputados, que podemos ser contra a Reforma da Previdência, as reformas trabalhistas, contra todas as privatizações que foram colocadas no Congresso, contra o PL do veneno, contra a proposta de mineração nas terras indígenas. É vergonhoso o que querem fazer com o povo trabalhador brasileiro, e por isso nos mantivemos alertas para votar a favor do povo trabalhador e contra esse governo genocida, que precisamos dar um fim e unidos trazer de volta o desenvolvimento social e econômico para o Brasil e o Tocantins”, defendeu Célio Moura.
Nomes nas regiões sul e sudeste
Os Encontros Macro-regionais do PT-TO em Gurupi e Dianópolis mostram que o partido não pode ser subestimado nas eleições deste ano, não só no Brasil, mas no Tocantins. Para isso, o partido tem à frente o pré-candidato ao Governo, Paulo Mourão, os pré-candidatos a deputado estadual, Tuca do Ferro velho, Antônio Marcos, Zé Roque, Professor George França, Professor Fabiano, Charles e Edivaldo; ao Senado, Vilela do PT, e Câmara Federal, Eutália Barbosa e Donizetti Nogueira, bem como dirigentes estaduais e municipais