“Não falta sal na sua casa?”. Esta retórica evasiva e infeliz foi usada pela prefeita Neila Pereira após ser questionada pelo jornalista Jairo Santos, da TV Anhaguera, sobre se era comum faltar medicamentos no Hospital Municipal Antônio Pires.
Enquanto não falta sal na churrasqueira dos gestores, a saúde pública de Peixe não há só ausência de medicamento, os médicos foram obrigados a abandonarem a cidade por falta de pagamento dos salários e mostra que o problema não é tão simplista como falta de sal em uma cozinha, encontrado em qualquer mercearia da esquina. “Os profissionais de saúde estão com três meses sem receber e hoje a cidade está sem médicos”, disse Jusimael, presidente da Câmara de vereadores, à nossa reportagem.
Falta medicamento e médicos
Segundo uma fonte do Portal Atitude, a falta de atendimento médico pode ter contribuído com a morte de um homem na segunda-feira, 12, conhecido como Domingo Dedo Duro. Relatos de moradores apontam que há dias Domingos vinha procurando atendimento no Posto de Saúde e acabou morrendo ao dar entrada no Hospital Municipal, sem ter a oportunidade de examinado por um médico.
A falta de médico em Peixe foi mostrada no final do mês de dezembro de 2014, no Portal Atitude pelo aposentado Ariolino Marques Toríbio, uma carta apontando as mazelas na saúde pública do município de Peixe. “A saúde continua na UTI, a precariedade nos postos de saúde e hospital continua, faltando soro fisiológico, gazes e medicamentos. Falta tudo! Os médicos que prestam serviço no Hospital, Posto Saúde e fazem visita domiciliares pouco a pouco estão, indo embora por falta de pagamento de salários”, disse Ariolono.
Sem 13º
Os prejuízos estendem também para os demais servidores da prefeitura que até o momento ainda não receberam o 13º salário. Na educação, por exemplo, a falta de pagamento e de dinheiro em caixa poderá frustrar a garantia de recebimento do novo piso salário da educação básica que passou de R$ 1.697,39 para R$ 1.917,78, agora em 2015.
Formoso do Araguaia
Em Formoso do Araguaia os muros pichados mostraram a indignação de servidores que não receberam o 13º salário, sendo que os professores só receberam no início desta semana, mas os servidores da saúde até o momento ainda aguardam o dinheiro em suas contas. “Servidores do Sistema Municipal de Saúde, alegam que embora os recursos do Fundo Municipal de Saúde de Formoso do Araguaia tenham sido repassados, até a presente data não receberam seus salários referente ao mês de dezembro. Segundo a informação repassada, entre os profissionais que estão sem receber constam enfermeiras, dentistas, médicos entre outros”, disse o advogado Ronison Parente.
Ou seja, tudo isso acontece faltando apenas um ano para iniciar o processo eleitoral de 2016. Em Peixe, por exemplo e se, querer satirizar, o desgaste é tanto, que até os Neilistas que querem sucedê-la não querem ter seus nomes vinculados a gestão da prefeita e usam, como estratégia, criar uma imagem de aproximação da prefeita com seus opositores . “Depois da eleição de Jusmael na presidência da Câmara os aliados da prefeita Neila estão tentando vincular a imagem de Nadim à prefeita Neila para inviabilizar a candidatura de Nadim”, disse uma fonte do Portal Atitude.
No entanto, o fiasco administrativo de Wagner da Gráfica está ressuscitando nomes de várias lideranças, até então, estavam adormecidas, dentre eles Hermes Azevedo que está renascendo com a vitória do governador Marcelo Miranda, tem ainda os nomes novos como o da ex-presidente da Câmara Professora Iracildes (PROS), assim como os tradicionais da política de Formoso como Cristina Rezende, esposa do ex-prefeito Pedro Rezende (PTB) , o vice de Wagner da Gráfica, Bonanza (PV), o advogado e ex-vereador Ronison Parente (PP), dentre outros.
Agora, com pouco fôlego com a opinião pública votante e na tentativa de superar os desgastes, na semana passada o Wagner da Gráfica promoveu uma reforma administrativa substituindo nomes estratégicos da sua gestão na intenção de reverter os erros administrativos e político, antes que chegue 2016, o que representa uma aposta na histórica amnésia de muitos eleitores.