Por Redação
Na última sexta-feira, 04, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, divulgou novos dados, com o título de ‘Censo Demográfico 2022: Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, segundo recortes territoriais’.
Em relação à alfabetização dos indígenas no Tocantins, 84,4% deles estão nesta categoria. Exclusivamente em Terras Indígenas (TIs), o número ficou um pouco menor, sendo 83,0%. O IBGE considera alfabetizada a pessoa que consegue ler e escrever um bilhete simples no idioma que conhece, inclusive em língua indígena. Neste levantamento, foram consideradas pessoas com 15 anos ou mais de idade. A porcentagem nessa variável no país é de 84,9%. Já os não alfabetizados são 15,5% no estado, número maior que as médias da região norte (15,2%) e nível Brasil (15,0%).
Na comparação com o primeiro levantamento com a população indígena, no Censo 2010, os números mostraram um aumento de 15,7% no total de alfabetizados, já que anteriormente a pesquisa apontava 72,9% nesta condição. Os não alfabetizados caíram 41,8% entre os dois levantamentos, pois em 2010 representavam 27,0% do quantitativo geral.
Homens indígenas representam maior taxa de alfabetização no estado
Ao dividir por sexo, os indígenas tocantinenses homens têm uma maior taxa de alfabetização. Dos 84,4% do total geral, eles são 44,0% deles, enquanto as mulheres representam 40,4% do valor. Já os não alfabetizados são 9,91% do sexo feminino e 5,66% do masculino.
Nacionalmente, o contexto de alfabetização muda. As mulheres correspondem a 43,3% das pessoas nesta condição e, os homens, 41,6%.
Analfabetismo em indígenas tocantinenses é maior entre idosos
A medida que avançamos nas informações a respeito da idade, a taxa de população não alfabetizada cresce no estado. Na soma dos 15,5%, a maior parcela vem dos 4,52% de indígenas que têm 65 anos ou mais de idade. A menor é registrada entre os mais jovens, de 15 a 19 anos (0,62%), seguida por indígenas de 20 a 24 anos, com 0,73%.
Saneamento básico em domicílios com indígenas
Os indígenas tocantinenses, de acordo com o Censo 2022, são 19.933 pessoas. Segundo o levantamento, eles estão distribuídos em 5.772 domicílios no estado em que pelo menos um morador é indígena. Estes locais representam 1,1% do número total que temos no estado, que são 513.796.
Em relação ao tipo de domicílio ocupado por pelo menos um indígena no estado, 5.632 foram casas, 63 casas de vila ou em condomínio, 56 apartamentos, 14 habitação em casa de cômodos ou cortiço e 7 em estruturas residenciais permanentes degradadas ou inacabadas.
A nova divulgação do IBGE, ocorrida na sexta, dia 04, mostra condições de saneamento básico captadas em campo durante o Censo 2022.
69% dos domicílios com indígenas recebem água da rede geral
O IBGE investigou sobre a principal forma de abastecimento de água dos domicílios ocupados por pessoas indígenas. Do número total, 3.986 (69,0%) têm a rede geral de distribuição como a principal fonte.
Ao analisar apenas os domicílios com moradores indígenas em Terras Indígenas (TIs), os 2.951 domicílios totais tem distribuição de 57,1% para a rede geral de abastecimento de água; poços, fontes ou minas representam 25,5%; poço profundo ou artesiano, 17,8% e rios, açudes, córregos, lagos e igarapés foram 15,7%.
Quanto a canalização da água, 55,6% (3.213) dos domicílios com indígenas tem ela canalizada até dentro da casa, apartamento ou habitação. Já 33,8% (1.951) recebem canalizadas, mas apenas no terreno e 10,5% (608) não tem canalização.
No recorte de canalização em Terras Indígenas, só estes locais representaram 94,6% (1.847) dos domicílios que tiveram água encanada apenas até o terreno.
Em TIs, 69,8% dos domicílios não tinham banheiro ou sanitário
Ao divulgar dados relacionados a existência de banheiro ou sanitário em domicílios com moradores indígenas, pôde-se verificar que dos 2.951 localizados em TIs, apenas 546 (18,4%) possuíam banheiro de uso exclusivo no domicílio.
O número mais elevado foi o de 2.060 domicílios que não tinham banheiro e nem sanitário, o que representava 10.674 pessoas nesta condição. Em seguida, o uso de apenas sanitário ou buraco para dejeções foi de 198 (6,7%) e com apenas um banheiro de uso comum a mais de um domicílio foi de 4,9% do número total.
Segundo a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, entre os fatores que influenciam esses resultados estão a distância geográfica e a adaptação dos serviços de saneamento às terras indígenas. “Para garantir condições adequadas, é preciso adaptar as soluções para saneamento básico, como, por exemplo, fazer fossas que permitam um descarte adequado sem precisar se ligar à infraestrutura geral, que às vezes existe de forma mais distante da realidade dessas terras. Então, além da distância, há o fator de até onde a política consegue se adaptar para dar conta do desafio logístico que é garantir o saneamento básico e culturalmente adequado nas terras indígenas”, diz.
Destino de 60,7% do lixo em TIs no Tocantins é ser queimado
Quando se considera o destino do lixo nas Terras Indígenas no estado, o principal meio de desfazimento é por meio de queimadas. Durante a pesquisa, 1.792 domicílios registraram essa informação. Comparado com o Censo 2010, o número diminuiu já que, na ocasião, dos 2.052 domicílios, 1.560 (76,0%) deles ateavam fogo no lixo. Ou seja, uma queda de 19.3 pontos percentuais.
O lixo é coletado em apenas 31,4% (928) dos locais, número que melhorou consideravelmente no estado se compararmos com 2010, quando apenas 53 (2,58%) dos domicílios tinham este destino de coleta de lixo.
Fonte: Superintendência Estadual do IBGE no Tocantins
Seção de Documentação e Disseminação de Informações