A principal suspeita da morte de Isadora, de apenas 10 meses, é que ela teria sido vítima de leishmaniose visceral, também conhecida como calazar. Em alerta à população, a Associação de Proteção de Animais, Pêlos e Apelos, afirma que em apenas uma clínica veterinária foram realizados 120 testes rápidos e deste 80 deram positivos. “A doença vem se alastrando em números alarmantes”, diz a nota.
Depois de ganhar prêmio nacional em 2016 pela redução de casos de leishmaniose, o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) afrouxou a vigilância fazendo com que aumentasse os números de caso de calazar.
Neste final de semana uma bebê morreu em Gurupi morreu com suspeita de calazar humano. De acordo com uma servidora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei), onde a criança era matriculada, a família aguardo o laudo para a confirmação do caso.
No entanto, um morador do Centro de Gurupi afirmou ao Portal Atitude que ficou alarmado com o que viu no CCZ de Gurupi.
“Eu tinha uma cachorra e comecei a notar que ela estava diferente, o pelo começou a cair, a unha estava crescendo e quando eu retornei da praia eu a levei no Centro de Zoonose e quando cheguei lá tinha uma fila de gente e vi que que calazar está dando “no meio da canela’ em Gurupi. Estou vendo tudo abafado sem ações para combater isso”, disse o morador.
Em nota à população, publicada ainda no dia 29 de julho, a Associação de Proteção aos Animais, Pêlos e Apelos, mostrou preocupação com o número de casos de calazar em Gurupi.
“A doença vem se alastrando em números alarmantes. Um levantamento feito ontem pela Dra Camila da Clínica Bichinho Manhoso, dados estes somente desta Clínica, apontou que dos 120 testes rápidos de Calazar realizados somente este ano, 80 deram positivo (66,6%); dos 20 animais de rua que encaminhamos para realização de teste rápido de Calazar, somente este ano, 18 deram positivo (90%). Gostaríamos de lembrar que esses foram só os testes rápidos, pois houveram vários outros casos positivos confirmados por Citologia”, descreve a nota.
O Coordenador do CCZ, Henrique Alencar, disse ao Portal Atitude que tem 45 dias que ele retornou ao órgão e começou a fazer os trabalhos que “não estavam sendo feito”.
“Vamos começa ações nos bairros principalmente no setor Jardim dos Buritis exame nos cães palestra borrifamento”, disse.
Questionado sobre a falta de matéria, Henrique garantiu a o CCZ está realizando exames nos animais.
“Tem material sim todos os dias o CCZ está disponível para fazer exame das 08:00h as 11:00h e da 14:00h Ás 16:00h de segunda a quinta-feira. Acho que a população tem que fazer a parte deles tem animais que dá positivo e o proprietário não entrega”, disse Henrique.
No entanto, Associação Pêlos e Apelos alerta sobre a importância de uma campanha de impacto que deveria ser feita pelo poder público no sentido de sensibilizar a população.
“Se nenhuma autoridade disser o que está acontecendo, se não expuserem números para a sociedade, as pessoas vão continuar incrédulas. Acreditamos que, somente expondo a situação, conseguiremos a co-participação de todos na luta contra o Calazar. Por isso, pedimos que divulguem esta mensagem, para que possamos atingir o maior número de pessoas possíveis, no sentido de orientá-las e obtermos mais “soldadinhos” para a nossa luta”.
Confira algumas dicas da Associação Pêlos e Apelos:
Como o mosquito transmissor se reproduz em locais onde tem matéria orgânica em decomposição, estamos aqui na intenção de alertar a população para a necessidade de medidas preventivas:
1- Mantenham seus quintais limpos.
2- Mantenham lixeiras fechadas e evitem acumular lixo.
3- Não criem galinhas dentro da cidade, pois os mosquitos também se reproduzem nas fezes.
4-Mantenham os seus animais encoleirados e/ou vacinados, e limpem os canis diariamente.
5- Uso de repelentes, principalmente em áreas endêmicas, ajuda a afastar o mosquito.
6- Em caso de suspeita, leve seu animalzinho para fazer o teste em uma Clínica.
7- Não abandone seu animal doente para que ele vire mais um animal contaminado nas ruas.
A doença também pode ser transmitida para o ser humano, mas cabe ressaltar que a transmissão não se dá através do cachorro, e sim do mosquito-palha. O cachorro assim como o ser humano, é só uma vítima. Precisamos conter o mosquito!
O Calazar no ser humano, assim como no cachorro, não tem cura, apenas tratamento para controle da doença. Um animal tratado apresenta aumento do tempo de vida e diminuição dos sintomas da doença . Um animal com Calazar, uma vez que não tratado, é um risco para outros animais e para o ser humano.