(Wesley Silas) São duas personagens que desde muito cedo despertaram a compaixão, pena e ódio devido a irreverência em seus atos por quererem chamar a atenção em muitos gurupienses. Desde seus 07 ou 08 anos de idade viviam nas portas dos supermercados e restaurantes pedindo trocados e o dinheiro que ajuntavam usavam para comprar drogas. Teve um dia que o menor teve uma overdose e acabou sendo internado no Hospital Materno Infantil de Gurupi. Foi daí que iniciou uma comoção social, abriu-se uma luz na vida dos pequenos indicando que eles poderiam ter futuro e, no dia 23 de julho de 2013, foram internados em uma clínica de recuperação em Porto Nacional.
“Daqui em diante, haverá um vínculo tão intenso entre nós que, quanto um chorar, o outro sentirá gosto de sal”, autor desconhecido.
No próximo dia 23 vai fazer 16 meses que eles tiveram a chance de iniciarem uma nova vida e agora recuperados nasceu a vontade de estudar e ter uma vida como qualquer outra criança da idade deles.
“O prazo de internação deles venceu em setembro passados e eles ainda continuam na clínica por não terem para onde ir e por isso nós estamos segurando eles até ter uma definição do futuro deles aqui em Gurupi”, explica Edinho Fernandes, gerente de Assistência Social da Prefeitura de Gurupi.
As duas crianças não têm mãe e quem poderia ficar com elas é pai, viciado em bebida alcoólica e não tem nenhuma condição de criar os filhos. “O pai que é totalmente desestruturado e reconhece que não tem condições de criar e os meninos e por isso corre o risco de voltarem para as ruas e para as drogas”, explica Edinho.
Uma sugestão era interná-los na Escola da Fundação Bradesco, localizada no município de Formoso do Araguaia, no Sul do Tocantins, mas caiu por terra. “Eu e o Dr. Thiago Benfica (procurador da Prefeitura de Gurupi) estivemos na Fundação Bradesco para tentar a internação deles, mas o pessoal da Fundação rejeitou o nosso pedido devido a idade das crianças. Agora estamos esperando ver se conseguimos alguma destinação para estes meninos para depois trazer eles”, disse Edinho.
De acordo com a equipe que acompanha os dois irmão eles estão bem de saúde, engordaram e sempre falam que não querem retornar para as ruas. “Eles falam que não querem voltar para Gurupi, querem estudar e um sempre diz que quer ser médico. Eles não querem retornar porque sabem que tem a questão das amizades de rua. Eles estão muito bem em uma clínica que oferece especialistas com boa estrutura física com piscina, campo de futebol, área de lazer e onde estão a conduta deles são boas e são muitos elogiados pela equipe da clínica que sensibilizou com a história dos meninos”, disse Edinho.