Brunno Louzeiro de Jesus foi absolvido na noite desta terça-feira, 18, com o placar de 4 x 3 pela morte de Rogério de Araújo Ferreira que na época cursava o 4º período matutino do curso de Direito no Centro Universitário UnirG. “As testemunhas, a maioria, falaram que não viram por ter medo”, disse o
Com a sentença, o Juiz da Vara de Execução Penal e Tribunal do Júri, Dr. Ademar Alves de Souza Filho, determinou imediata soltura de Brunno Louzeiro, conhecido como Bruninho, que respondia pelo crime de homicídio e de corrupção de menor.
A família de Rogério Ferreira, que veio da cidade de São Valério da Natividade, saiu do Tribunal do Juri em silêncio. A reportagem deste Portal tentou ouvir a mãe e o pai de Rogério que, apesar de terem demonstrado muito indignados, preferiram não se manifestar. Apenas disseram que a justiça está nas mãos de Deus.
Durante o julgamento, o Conselho de Sentença apoiou a tese de ausência de materialidade do crime de corrupção de menor apresentado pela defesa, que no ato estava representada pela Defensoria Pública, e, deliberou pela absolvição das acusações dos crimes de homicídio qualificado e de corrupção de menor. Após ler a sentença o Juiz, Dr. Ademar Alves, determinou imediata soltura de Bruninho.
Silêncio das testemunhas
Promotor de Justiça, Caleb Melo, responsável pela acusação, afirmou ao Portal Atitude que os jurados acolheram a tese da defesa devido haver dúvidas da autoria do crime devido a contradição de testemunhas. “Acredito que 50 testemunhas presenciaram este linchamento; mas, a sociedade tem muito medo de colaborar com a justiça. Infelizmente as testemunhas que aqui vieram disseram que tinham medo do réu. As testemunhas, a maioria, falaram que não viram por ter medo”, disse o promotor.
Caleb Melo aproveitou para criticar a omissão da sociedade quando se trata de testemunhar nos crimes violentos. “Acredito que falta um comprometimento maior da sociedade. Um crime bárbaro praticado na frente das pessoas e todos falam que não viram nada. Isso deixa o Ministério Público bastante preocupado com a imagem que a sociedade está tendo do aparato policial e do aparato judiciário”, disse.
O promotor afirmou que vai analisar novamente o caso para ver se vai recorrer. “Após publicada a sentença no Diário Oficial vamos ter um prazo de cinco dias para reposição de recursos. O Ministério Público vai fazer uma análise bastante criteriosa dos fatos e do julgamento e, identificado uma viabilidade vai interpor recursos”, disse.
O caso
O crime aconteceu no dia 20 de outubro de 2012 no Clube da Telegoiás quando o estudante Rogério de Araújo foi espancado na frente de várias pessoas por um grupo de jovens e apunhalado pelas costas. Na época a Delegada responsável pelas investigações chegou a afirmar que o crime aconteceu depois que estudante ter acenado positivamente para o acusado.