Muitos produtores estão atravessando a ponte a pé com medo devido ao aumento da água do Rio Urubu, localizado numa região de grandes produções agrícolas no município de Lagoa da Confusão. somente nestes primeiros dias de fevereiro já choveu acima de 280mm, segundo o professor Olavo da Costa Leite.
por Wesley Silas
Moradores da região da ponte do Rio Urubu tem mostrado preocupação com o aumento de água que compromete a ponte. Olavo da Costa Leite, lembra que a região possui um dos maiores projetos de sub-inundação do mundo, onde ocorre um grande conflito de água na bacia do Rio Formoso.
Para o professor do IFTO e mestre em Ciências Florestais e Ambientais, especialista em disponibilidade hídrica, Olavo da Costa Leite, dados da estação pluviométrica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), apontam que no Município Lagoa da Confusão ocorreu no mês de fevereiro choveu acima de 250mm.
“A tabela mostra que no mês de janeiro choveu por volta de 170 mm, onde a média é 258mm, ou seja, ocorreu menos chuvas do que a média no período de 30 anos. Enquanto, no mês de fevereiro a média pluviométrica é 240mm, choveu acima de 280mm. Vale destacar que ainda temos mais de 20 dias para acabar o mês. Se continuar pode afetar a colheita de arroz, soja e milho do projeto de irrigação do Município da Lagoa da Confusão e do município de uma forma geral”, lembra Olavo.
Em nota, a Prefeitura de Lagoa da Confusão informou que construção desta ponte do Rio Urubu foi resultado de uma “parceria entre três municípios e, a iniciativa privada é uma delas”.
“Além da ponte, a Prefeitura fez alguns aterros e recuperou várias estradas vicinais”, informou.
O plantio da safra deste ano começou um pouco tarde por falta de chuvas nos meses de outubro e novembro de 2017, ocorrendo chuvas baixo da média do mês e o aumento da água do rio acontece depois da crise hídrica envolvendo a bacia do Rio Formoso em 2017, quando ocorreu diversas audiências públicas para debater a quantidade de água retirada nos rios Formoso, Javaés e Urubu.
Crise Hídrica
A crise hídrica fez com que o juiz titular da comarca de Cristalândia, Wellington Magalhães, determinar que, nenhuma propriedade rural da região de Lagoa da Confusão poderá plantar se não estiver monitorada eletronicamente, obrigando produtores de Lagoa da Confusão e região instalarem estações telemétricas nas propriedades localizadas nas bacias do Rio Formoso e Urubu.
Para o magistrado a próxima etapa será a revisão das outorgas, a partir dos dados coletados.
“O desenvolvimento só se legitima se ancorado nos pilares da sustentabilidade: preservação dos recursos naturais, a circulação de riquezas e a redução da pobreza. Esse é o compromisso do Judiciário tocantinense: garantir o desenvolvimento social e econômico do nosso estado através do diálogo e de soluções efetivas na prevenção de danos ambientais às presentes e futuras gerações”, ressaltou o magistrado responsável pela mediação do acordo, em uma fala no mês de novembro de 2017.