Conforme relata o ambientalista, Giovanni Salera Júnior, no decorrer das cinco décadas “o órgão precursor nas ações de conservação ambiental viu o surgimento de outras instituições, como o NATURATINS, a CIPAMA e a Coordenação Municipal de Meio Ambiente de Gurupi, que se seguiram os seus passos e tornaram referência”, será desativado nos próximos dias em tempos de profundas crises ambientais.
por Wesley Silas
Com contrato de locação do prédio rescindido, os 09 servidores e um terceirizado, alguns estão se aposentando e outros estão de malas prontas para deixar Gurupi. Desde que foi publicada na Portaria nº 36, de dezembro de 2016, o escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) está sem um chefe. O escritório atendia 41 municípios da região Sul e Sudeste do Tocantins, contempladas pelos Rios Tocantins, Araguaia, Ferrovia Norte Sul, BR-153 e BR 242.
O Ministério Público Federal chegou ajuizar uma ação na Justiça Federal pelo não fechamento do escritório de Gurupi por entender que a medida representaria um retrocesso nas garantias de proteção ambiental da região. No entanto o Poder Judiciário negou o pedido por entender que a competência para decidir sobre manutenção de unidades fiscalizatórias do Ibama cabe ao próprio instituto.
Conforme nota divulgada em maio deste ano pela Advocacia-Geral da União o objetivo da medida seria “reestruturar a organização de estruturas descentralizadas, com a ideia de melhorar a eficiência institucional”.
História
Conforme um artigo do ambientalista e escritor, Giovanni Salera Júnior, a história IBAMA de Gurupi começou durante o Governo Militar, que em meados dos anos 60 promoveu uma série de medidas para alavancar o desenvolvimento do país.
“Assim, em 28 de fevereiro de 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF (órgão antecessor ao IBAMA), na época responsável pelo fomento da política florestal e ações de proteção da natureza, incluindo a gestão de Parques, Reservas Biológicas e Florestas Nacionais”, lembra Salera.
Diz ainda que “naquela época era comum a venda clandestina de carne de caça, peles de animais selvagens e passarinhos nas feiras-livres e no Mercado Municipal. Praticamente ninguém respeitava a “piracema” (época de reprodução dos peixes), havia muitos desmatamentos e comércio de madeira ilegal. Antônio Militão (primeiro funcionário do IBDF) teve o desafio de iniciar os primeiros trabalhos de conscientização da população, além de punir todos aqueles que desrespeitavam a natureza. (Com informações da Assessoria de Imprensa da AGU e Recantos das Letras).