Levantamento feito pelo portal Atitude mostra crescimento em males como a leishmanioses em humanos e em cachorros, dengue, zika, chikungunha e hanseníases em Gurupi. No caso da leishmaniose em humanos o número saltou de 23 casos notificados (suspeitos) em 2016 para 61, com três óbitos e 20 casos confirmados em 2017. A prefeitura diz que o aumento do número de galinheiros, de lixo orgânico e falta de conscientização da população da importância do manejo ambiental do lixo colaborou com o aumento de casos.
por Wesley Silas
Números da rede de atenção à saúde de Gurupi e de Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que estas doenças, em muitos casos, estão ligadas a condição de pobreza que pode ser combatido pelo poder público em parceria com os moradores.
Conforme dados da SES em 2016 houveram 23 casos notificados (suspeitos) e em 2017 chegou a 61 casos, com três óbitos. Já os casos confirmados passam de 5 para 20, quando se compara os anos de 2016 com 2017.
No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde de Gurupi defende que há “inconsistência nos dados que estão sendo apresentados”. Segundo dados da Prefeitura em 2017 foram notificados (suspeitos) 43 casos, confirmados 23 e três óbitos.
Ao contrário do crescimento de casos da leishmaniose em humanos, houve redução nos cães que reduziu de 653 casos confirmados em 2016 para 559 em 2017.
Plano de Ação
Segundo a Secretária Municipal de Saúde, a equipe técnica estadual solicita o plano de ação que contemplam o ano vigente de trabalho, as ações foram desenvolvidas e todo o plano foi desenvolvido conforme protocolado.
“O que observou durante a realização das atividades foi o aumento do número de galinheiros (puleiros), do lixo orgânico havendo dificuldade na realização das atividades de conscientização da população da importância do manejo ambiental do lixo”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.
O plano de ação envolveu a conscientização dos moradores nas escolas, bairros e comunidades para importância da limpeza nos quintais e ajuda para retirada dos lixos e não criação de animais domésticos na área urbana. A secretária Municipal de saúde informou ainda que a equipe orientou sobre os sinais e sintomas da doença no cão e nos humanos e realiza testes sorológicos em cães nos bairros, colocou armadilhas para descobertas de áreas endêmicas e capacitou os profissionais médicos para diagnósticos precoces.
“Outra atividade que deverá ser implantada será à necessidade do diagnóstico nas unidades hospitalares, onde os pacientes já estão internados. Os óbitos registrados ocorreram todos em unidades hospitalares, mas esses já apresentavam os agravos de saúde como diabetes, cardiopatias, hipertensão, anemia falciforme etc. agravando-se com a leishmaniose e diagnóstico tardio”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.
Casos de dengue, zika, chikungunha
Segundo dados da Sesau, tendo setembro como mês de referência, ou seja, antes das chuvas, foram registrados em Gurupi neste ano 108 casos prováveis de Dengue sendo que 100 foram confirmados, no caso de Chikungunya foram confirmados 18 casos e 32 casos de zika foram confirmados.
“Os dados de dengue, zika, chikungunha, foram menores que ano passado e estamos das cidades de maiores porte do Estado com menores índice. A dengue e demais também são feitas ações intensivas diariamente para combater”, informou a Secretaria Municipal de Saúde de Gurupi.
Hanseníase
No início do mês passado a Secretaria de Estado de Saúde (SES) promoveu um evento de Capacitação em Prevenção de Incapacidades de Hanseníase com o intuito de ampliar o diagnóstico precoce e quebrar o ciclo de transmissão da doença.
A SES informou em 2017, o Tocantins apresenta um total de 1066 casos diagnosticados, sendo 864 casos novos. As estatísticas da SES colocou Gurupi entre os municípios com maior número de casos sendo que foram confirmados 07 novos casos em neste. Além de Gurupi a SES citou os municípios de Palmas, Araguaína, Santa Fé do Araguaia, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Colinas, Recursolândia, Almas e Marianópolis.
Ao anunciar o evento de Capacitação em Prevenção de Incapacidades de Hanseníase, a técnica da Assessoria de Hanseníase da SES, Suen Santos, explicou que a Hanseníase é uma doença crônica de notificação compulsória e investigação obrigatória, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), que acomete a pele e os nervos periféricos, podendo causar incapacidades físicas e deformidades.