Uma tempestade de acontecimento vem repetindo na sociedade gurupiense nos últimos anos. Busco uma justificativa para as perguntas e vejo poucas respostas de uma sociedade que relembra o seu passado, não muito distante e sua juventude quando frequentava os vários eventos sociais e culturais do Clube Recreativo Araguaia (CRA), hoje em ruínas, e da sua sede Campestre que foi vendida. Passadas décadas a cidade não criou um teatro e não oferece oportunidades para preencher o vazio cultural deixado.
por Wesley Silas
O sonho de desenvolvimento da cidade e do futuro prometido na década de 70 e 80 em decorrência aos surgimentos de grandes empresas, dentre elas a fábrica de pneus Canadense – que nunca funcionou, a indústria Arroz Araguaia que se transformou em um monumento negativo na entrada da cidade e muitas outros; como exemplo a Biscoito Princesa, a promessa do impacto econômico do Projeto Rio Formoso (MAIOR DO MUNDO), assim como a usina de Álcool que pouco produziu e hoje está entregue a ferrugem. São investimentos que não progrediram, macularam o nome da cidade e agora restam apenas lembranças a serem contadas às futuras gerações por quem presenciou tantas promessas, mentiras e desvio de dinheiro público.
E por falar em rodadas de conversas com família, a evolução nos afastou dos nossos amigos e impede as velhas conversas nas portas das casas, como acontecia antigamente. A insegurança é grande e somos obrigados a nos enfurnamos dentro das nossas próprias casas e o diálogo se resume via WhatsApp, Facebook, etc… Uma comprovação de que a convivência humana familiar a cada dia está mais virtual e fria, enquanto muitos seres humanos permanecem anestesiados no atraso e na ignorância em plena era da informação.
Voltado a Gurupi, hoje o prédio da Prefeitura já não é a mesmo dos tempos do Jacinto Nunes, do Joaquim Pereira da Costa e do João Cruz; mudou e o Executivo não está mais lá. Isso me fez lembrar da música Cidadão, do Zé Geraldo e me remete à parceria Público Privada do Mercado Municipal que vai acontecer devido os comerciantes não terem evoluído, não se organizaram, não criaram uma associação séria e por isso hoje se encontra do jeito que está e no futuro os filhos destes pequenos empresários não poderão seguir a tradição dos pais devido não acompanhar a demanda de mercado .
Da mesma forma vem acontecendo no comércio com a precária qualidade no atendimento, não evoluíram nas diversidades exigidas pelos consumidores, não humanizaram e; infelizmente, o que prevaleceu e ainda prevalece é a guerra do cada uma por si e, talvez, por isso restam poucos empresários tradicionais com as portas dos seus comércios abertas.
Basta andar pelas Avenidas comerciais para ver que os espaços estão sendo substituídos por empresas de outras cidades do Tocantins e de rede de lojas do Brasil que vendem seus produtos aqui e levam o dinheiro para os grandes Centros. Seguindo o velho ditado que diz: “quem não tem competência não se estabelece”.
Mas olhando por outro lado, um exemplo de empreendedorismo que o povo de Gurupi não pode negar é a evolução da Igreja Assembleia de Deus (Madureira). Acompanhou a evolução e saiu da velha Igreja da Rua 10, cresceu e construiu uma na Avenida Santa Catarina e hoje está com a construção de uma catedral, modelo de primeiro mundo, com localização privilegiados na cidade e com capacidade para receber, confortavelmente, 5 mil pessoas. Ao contrário de muitos, empreenderam e cresceram e servem como exemplo!
Para finalizar, termino com a novidade do momento. O falido e clássico Parque de Exposição Agropecuária, Antônio Lisboa da Cruz, está preste a entrar neste mesmo caminho e ficar apenas nas nossas imagens e lembranças do passado e neste lugar a promessa agora é construir um local moderno seguindo o modelo da evolução da civilização, onde muitos não conseguem se libertar dos costumes tradicionais….
Wesley Silas é graduado em Jornalismo pelo Centro Universitário Unirg, conclusão em 2007. Pós-graduação em Gestão Empresárial e Marketing pelo Instituto Específico de Ensino, Pesquisa. Publicidade e Propaganda. Unirg, incompleto (1,5 ano), transferiu para Jornalismo. Filosofia – (3,5 anos) transferiu para o curso de Comunicação Social.