Por Wesley Silas
A delegada responsável pela investigação de um caso de envenenamento com arsênio ocorrido durante uma confraternização familiar em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, revelou, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (10/1), que há indícios de que a principal suspeita possa ter envenenado outras pessoas próximas anteriormente.
Segundo a delegada Sabrina Deffente, Deise Moura dos Anjos encontra-se sob custódia e é apontada como responsável por uma série de envenenamentos. “Acreditamos que ela possa ter praticado múltiplos homicídios sem ser descoberta por um longo período, eliminando provas que a ligassem aos crimes”, afirmou a delegada.
De acordo com as investigações, Deise (foto) começou seus crimes em setembro de 2024 pelo assassinato do sogro, também envenenado com arsênio. Após essa morte, Deise teria tentado obter a cremação do corpo, mudando os relatos ao fracassar nessa tentativa. “Toda a investigação nos trouxe surpresas”, comentou a delegada.
Mesmo sem manter uma boa relação com a família do esposo, Deise procurava estar presente. Logo após adquirir o arsênio, ela afirmou sentir saudades da sogra, demonstrando um comportamento contraditório.
O delegado Marcos Veloso destacou a aparente frieza da suspeita e sua habilidade em manter conversas tranquilas durante os interrogatórios, características que chamaram a atenção das autoridades ao longo da investigação.
Recapitulando o caso:
– Em 23 de dezembro de 2024, durante uma confraternização familiar em Torres, um bolo envenenado com arsênio resultou na morte de três pessoas e na internação de outras três.
– As vítimas fatais foram Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, de 59 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47 anos.
– Uma criança, também envenenada, já recebeu alta após hospitalização.
– O bolo foi preparado por Zeli Terezinha Silva dos Anjos, de 61 anos, irmã das vítimas, e levado ao encontro familiar.
– A motivação do crime pode ter origem em uma desavença familiar de mais de 20 anos entre a suspeita, Deise, e sua sogra, Zeli dos Anjos.
– Exames detectaram arsênio no sangue, urina e conteúdo estomacal das vítimas.
– A substância tóxica foi misturada na farinha usada na preparação do bolo.
– O corpo do sogro de Deise, falecido em setembro de 2024, foi exumado e a perícia confirmou envenenamento por arsênio como a causa da morte.
Fonte: Metrópole