Confira os principais fatos que aconteceram no último dia dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Primeiramente levamos o resultado do futebol feminino, depois sobre a próxima edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, resultado da Corrida de Fundo.
Canadá é campeão do futebol feminino
Sob os olhares atentos de cerca de nove mil pessoas no estádio Nilton Santos, o torneio de futebol feminino dos Jogos Mundiais Indígenas chegou ao final na noite desta sexta, 30, e consagrou a equipe canadense como campeã. A conquista veio depois de um jogo muito disputado, decidido nos pênaltis. O Canadá confirmou o favoritismo apesar do difícil duelo contra as tocantinenses da etnia Xerente. A etapa regulamentar terminou em 0 a 0.
As atletas Xerente foram embaladas pela torcida, que vibrava a cada toque de bola e celebrou durante todo o jogo. Diante do lamento das atletas, o treinado Ricardo Xerente foi o responsável por acalmá-las.
‘Eu disse que futebol é assim mesmo. Elas tem que entender que fizeram um bom jogo, mas alguém tem que ganhar. O futebol Xerente sai fortalecido desta competição’, pontuou.
O torneio feminino de futebol dos Jogos Mundiais Indígenas contou com a participação de 28 equipes e 42 jogos foram disputados até o final.
Partida disputada consagra etnia Xerente campeã mundial
Encerrando a disputada competição de futebol masculino dos I Jogos Mundiais Indígenas, uma partida à altura da final de um mundial: Brasil, representado pelos Xerente, enfrentando Bolívia. Quando o árbitro apitou o fim da partida, o título teve que ser decidido nos pênaltis.
Os Xerente saíram na frente com gol do camisa 11, Moisés. Logo em seguida a Bolívia descontou com o camisa 9, José Almanza. A Bolívia virou aos 13 do segundo tempo e os Xerente voltaram a deixar tudo igual com Rairan: 2 a 2 no tempo regulamentar.
Na disputa dos pênaltis os Xerente venceram por 3 a 2 depois de muita emoção com direito a cobranças desperdiçadas e defesas espetaculares. Para Samuel, o técnico interino Xerente que substituiu o treinador Dorabel, afastado por problemas de saúde, o título consolida o trabalho realizado.
O destaque da noite foi para o público palmense que lotou as arquibancadas do estádio Nilton Santos para prestigiar a etnia tocantinense. O público aplaudiu de pé e vibrou a cada jogada do time da casa, dando ainda mais um gosto especial à final dos Jogos. No torneio masculino de futebol foram realizadas 46 partidas até a final com a participação de 32 equipes do Brasil e outros sete países.
Escritora russa lança livro “Oca Mundial da Paz”
Formada e PHD em Medicina tradicional em Moscou (Rússia), de origem Yukuti (esquimó), a escritora russa Alexandra Grigorieva, lançou na tarde desta sexta-feira, 30, na Oca Digital, o livro Yurka Mira – Word yurt of Peace, traduzindo para o português “Oca Mundial da Paz”.
O livro relata em dados o 9° Fórum Permanente dos Povos Indígenas, durante tratativas da escolha das olimpíadas dos jogos mundiais indígenas, no Canadá.
De acordo com a autora durante o fórum, cogitou-se que o Canadá seria a sede dos jogos mundiais indígenas, porém, o país, não teve como ser sede do evento.
Para ela, um dos grandes idealizadores do evento, Marcos Terena, foi muito sagaz e inteligente ao sugerir o Brasil para sediar o evento.
Segunda edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas será realizada no Canadá
A segunda edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas será realizada no Canadá e está prevista para acontecer em 2017. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 30, durante fórum realizado na Oca da Sabedoria, com a participação de líderes das etnias brasileiras e estrangeiras participantes dos jogos.
Um dos articuladores dos jogos, Marcos Terena, anunciou outras resoluções. “Vamos criar o Conselho Internacional dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que será formado por líderes de vários países, homens e mulheres, alguns estão presentes aqui. Conforme o anseio das lideranças, a sede do conselho será no Brasil e o ITC será a base desse conselho”, destacou.
Desfile apresenta diversidade do artesanato indígena
Uma diversidade em peças como colares, brincos, cocares e até flechas foram apresentadas durante desfile realizado na noite desta sexta-feira, 30, na Feira Mundial de Artesanato Indígena, espaço direcionado à arte, cultura e negócios nos Jogos Mundiais Indígenas.
Modelos e indígenas se misturavam na passarela para apresentar o artesanato confeccionado com materiais naturais como sementes, madeira, palha, capim dourado entre outros.
De acordo com o superintendente do Sebrae Tocantins, Omar Hennemann, um dos objetivos é dar visibilidade ao artesanato confeccionado pelos indígenas. “Todas as formas de expressão da cultura interessam o Sebrae porque essa expressão demonstra que as pessoas querem mostrar o que sabem fazer. Porque não acreditar que indígenas não podem ser modelos?”, enfatizou.
Hennemann ainda destacou, “dentro da estrutura da feira que montamos não poderíamos deixar de realizar eventos que chamem a atenção do público. Para se ter uma ideia mais de meio milhão de reais já circulou na feira e já recebemos 155 mil visitações”.
Indígenas participam de Corrida de Fundo no último dia dos JMPI
Cerca de 500 Indígenas estiveram presentes neste sábado, 31, na Vila dos Jogos para a disputa da Corrida de Fundo, prova que teve parte do percurso em chão de terra e parte de asfalto na Avenida Teotônio Segurado e imediações. A primeira largada foi na categoria masculina, e aconteceu às 8h30, logo após a saída dos homens, as mulheres que foram para a prova.
Com um percurso de 8,4 km para ambas categorias, os estrangeiros dominaram, tanto no feminino quanto no masculino.
O primeiro a cruzar a linha de chegada foi o canadense Rilee, que comemorou o feito, lembrou da família e falou sobre sua impressão a respeito do Brasil.
“Estamos muito felizes em fazer parte desta festa maravilhosa aqui no Brasil e celebrar com os nossos irmãos. Perdemos muitos parentes no passado e essa vitória é dedicada à minha família. Quando eu for embora vou sentir muitas saudades, especialmente do churrasco brasileiro”, afirmou Rilee.
Na categoria feminina, a grande campeã foi a atleta peruana Pilar Villogos, que chegou com um pouco de dificuldade, devido ao calor, mas manteve distância das adversárias. A vice-campeã foi a canadense Lannie Houk, e a terceira posição com a Rayani, da etnia Xambioá Karajá.
Parque Ecológico dos Povos Indígenas guardará memória dos I JMPI
A estreita relação entre o indígena e a natureza também será registrada na memória dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, com o lançamento, às margens do Ribeirão Taquaruçu, na Avenida Teotônio Segurado, do Parque Ecológico dos Povos Indígenas. O plantio de 200 mudas de espécies nativas, na manhã deste sábado, 30, foi a pedra fundamental do santuário ecológico que fica instalado em uma área de preservação permanente.
Articulador dos I JMPI, Carlos Terena, explicou que dentre as árvores plantadas estão mudas de andiroba, a mesma árvores tirada para fazer as canoas utilizadas nos Jogos. “Esta é uma forma de devolvermos a natureza o que delas tiramos. De mostrarmos a sociedade que estes Jogos são verdes, ecológicos, que a gente busca não degradar nada”, disse.
De acordo com a presidente da Fundação de Meio Ambiente de Palmas, Germana Pires Coriolano, além de andiroba, entre as 200 árvores plantadas pelos participantes dos JMPI, estão oiti, buriti, genipapo, ipês roxo e amarelo, jamelão e faveira de bolota.
“Este plantio é a pedra fundamental do Parque, vamos trabalhar para que ele cresça preservado, como memória da realização dos I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas”, explicou Germana. (As informações e fotos são da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Palmas).