O Portal Atitude teve acesso a um levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Tocantins que aponta o comparativo de atendimento entre os meses de fevereiro e abril de 2019, neste período houve aumento 47,51%. Em abril, 2.915 gurupienses deram entrada no Pronto Socorro do HRG e, apesar de ter um Hospital Municipal, Formoso do Araguaia foi o município que mais encaminhou paciente para Gurupi, totalizando 176 pacientes em fevereiro e 142 em abril.
por Wesley Silas
Apesar da carência de médicos especialistas, o Hospital Regional de Gurupi foi feito para atender problemas graves de saúde de pacientes de 17 cidades da região sul, mas devido a falta de estrutura na atenção básica das Prefeituras, o hospital tem mantido as portas abertas para atendimentos de baixa complexidade, se tornando um ambulatório, conforme já foi explicado por um ex-secretário de saúde em matéria no Portal Atitude ao citar modelo da mentalidade de hospitalocêntrico que sobrecarrega a estrutura por pacientes com problemas de baixa complexidade que deveriam ser resolvidos nos Postos de Saúde ou UPA.
No entanto, para piorar a situação, Prefeitura como Formoso do Araguaia que possuiu Hospital Municipal, tem encaminhado, por dia, uma média de cinco pacientes para o Hospital Regional de Gurupi. Em Janeiro de 2018 o Pronto Atendimento do HRG atendeu 176 pacientes de Formoso do Araguaia e em abril 142, conforme mostra os relatórios abaixo:
Enquanto isso, somente no mês de abril, 3,44% dos 84.628 moradores de Gurupi foram atendidos no HRG que recebeu em apenas um mês 3.940 pacientes de 54 cidades e 40 pacientes de outros estados.
Hospital fora do foco
Conforme um artigo do médico, Dr. Claudio Lotterberg, presidente do United Health Group Brasil, publicado no site da Veja em outubro de 2018, a assistência à saúde passou a ser o hospital e o problema deste modelo hospitalocêntrico se tornou, extremamente, oneroso por não reproduzir, necessariamente, aquilo que de fato agrega valor na assistência à saúde e favorece a ineficiência e se torna “extremamente oneroso não reproduz, necessariamente, aquilo que de fato agrega valor na assistência à saúde. O hospital, na verdade, é o local que deveria atender pacientes graves, transplantados, pacientes agudos, e não serem transformados, como acabaram sendo, em casas de longa permanência”, defendeu o médico no artigo titulado “Hospital fora do foco” em que ele defende um novo olhar “em favor do desenvolvimento de um modelo ambulatorial”. .