O cenário nas últimas eleições em Gurupi mostrou que os eleitores cobravam com veemência dos candidatos ao legislativo e executivo uma solução sobre a falta de emprego. Ouvi por diversas vezes candidatos falando que quando visitavam, a principal demanda das pessoas era a falta de trabalho. No entanto, dados recentes, tanto do Sine como do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram uma contradição de quem tanto cobra a geração de emprego.
por Régis Caio*
Vamos aos fatos. Saiu nesta semana os dados estatísticos do Caged e mostram saldo positivo de 5.981 empregos no Tocantins, de janeiro a outubro de 2020. Os números referentes a outubro foram publicados na quinta-feira, 26, e registraram a geração de 1.504 novos postos de empregos no Estado no referido mês, resultado de 6.276 contratações.
Na semana passada, tive acesso as vagas disponibilizadas pelo Sine de Gurupi. Só em um dia foram oferecidas 49 vagas para diversos setores, motoristas de caminhão eram os cargos mais ofertados. Em conversa com a gestora da regional de Gurupi, ela me relatava que há emprego, há muitas vagas, porém poucas pessoas se interessam. Só para se ter uma ideia, muitos são indicados pelo Sine para irem nas empresas, no entanto os desempregados acabam nem comparecendo nas empresas para serem entrevistados.
Isto mostra a contradição de muitos que relatam que não tem emprego na cidade, pois emprego tem, mas alguns não querem trabalhar. Recentemente, um empresário da cidade informou-me que ficou por dias com vaga na empresa, contudo as pessoas mostravam desinteresse. “Muitos foram fazer testes, ficavam um dia e não voltavam mais, o problema é que boa parte querem serviço fácil e tranquilo” relatou-me este empresário que gera cerca de 30 empregos diretos em Gurupi.
Que possamos refletir sobre esta questão e que as pessoas possam também se qualificar e estarem aptas ao mercado de trabalho, afinal emprego não cai do céu.
*Régis Caio é colunista do Portal Atitude