(Wolfgang Teske) Tenho acompanhado o discurso, falas e afirmações de vários candidatos ao longo dos anos durante o processo das campanhas eleitorais, e sempre me deparo com as invocações a Deus, como se fosse um cabo eleitoral invisível e com força para sensibilizar os eleitores.
As afirmações são diversas, como por exemplo:
Deus está no comando;
Eu acredito em Deus;
Deus está aqui;
Deus sabe do que estou falando;
Entrei nesta campanha por uma missão divina;
Deus quer que eu cuide do meu povo;
Deus sabe que não estou mentindo.
E por aí vai. A lista de expressões é extensa e nem gastarei mais tempo com outras, pois estas já são suficientes para o que quero dizer.
Afinal de que Deus estão falando? Quem é este Deus a quem tanto invocam e fazem questão de buscar como testemunha?
O que mais chama a atenção, é que a maioria dos candidatos que fazem uso destas expressões são pessoas que, em sua vida particular e pública, não demonstram em seus atos que temem a algum Deus, pois agem como se ele sequer existisse.
Alguns são corruptos e corruptores, compradores de votos e consciências de pobres eleitores, são caluniadores e difamadores, em busca de sua eleição a qualquer custo. Seguem a cartilha de Maquiavel que afirma: “Os fins justificam os meios”, portanto vale qualquer coisa, inclusive usar e abusar do nome de Deus.
Pois bem, afinal, de que Deus estão falando? Certamente, não é o Deus que eu conheço, mas é do deus da corrupção, deus da desgraça alheia e coletiva ou mesmo do deus MAMOM.
Mamom era o nome de um deus particular do povo Filisteu na era pré-cristã que era adorado como o deus da prosperidade e fertilidade. O deus Mamom fazia companhia a um leque de outros deuses, tais como Baal, Moloque, Astarote e Dagon. Conforme a interpretação cristã, estes deuses são espíritos do inferno, em outras palavras, demônios.
Jesus se refere a este deus, ainda muito conhecido na sua época quando afirma: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mateus 6.24). O deus Mamom significava o amor ao dinheiro.
O que então pensar destes candidatos que gastam vários milhões de reais em sua campanha eleitoral? Veja, são milhões de reais, que serão recuperados de uma ou outra forma e multiplicado por outros milhões.
Isto não é discutido nos palanques e nos debates midiáticos. O que importa é iludir o pobre eleitorado, sensibilizando-o com a falsa ilusão de que, são tementes a Deus e o tem como a mais fiel testemunha invisível, contudo presente no imaginário do eleitor.
Enganação pura. São mentirosos e estão invocando o nome de Deus em vão, trazendo sobre si ainda mais desgraça.
O que eu tenho a dizer para estes políticos, candidatos com falsa aparência piedosa são palavras registradas no livro de Isaías 55.8-9, do Antigo Testamento, na Bíblia: “O Senhor Deus diz: Os meus pensamentos não são como os seus pensamentos, e eu não ajo como vocês. Assim como o céu está muito acima da terra, assim os meus pensamentos e as minhas ações estão muito acima dos seus”.
Espero, sinceramente, que os eleitores não se deixem enganar pelos candidatos espertos, que usam o nome de Deus, como se fossem os seres mais religiosos e piedosos da face da terra.
Wolfgang Teske . É catarinense de Blumenau-SC, nascido em 1957. É jornalista, educador e teólogo, pós-graduado em Docência do Ensino Superior e Mestre em Ciências do Ambiente/Cultura e Meio Ambiente. Reside em Palmas-TO, desde 1992, onde implantou o Complexo Educacional da Universidade Luterana do Brasil, sendo o seu primeiro diretor. Foi diretor de Relações Empresariais e Comunitárias da Escola Técnica Federal de Palmas, hoje IFTO, na sua implantação. Atualmente, é professor e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins. Autor dos livros A Roda de São Gonçalo; Cultura Quilombola; co-autor do Fotolivro Roda de São Gonçalo e diretor de produção do Filme A Promessa. É Cidadão Palmense e Membro da Academia Palmense de Letras – cadeira nº 17.
Ao desenvolvermos as seções de Agronegócio, Cidades, Opinião, Social, Cultura, Educação e Esporte, Meio Ambiente e Política procuramos atender a necessidade do público em ser informado sobre os acontecimentos locais, regionais ou próximos à comunidade.