Convocados por entidades como a Associação dos Professores Universitário (APUG), Sindicado dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), Central Unica dos Trabalhadores (CUT), professores e estudantes da Universidade Federal do Tocantins, UnirG e do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) aderiram ao Dia Nacional de Greve na Educação nesta quarta-feira (15), em manifesto contra a reforma da Previdência e cortes de investimentos na educação.
por Redação
Em Gurupi a manifestação concentrou em frente a Câmara Municipal e em seguido estudantes e professores entraram no prédio e usaram a Tribuna da Casa para manifestar sobre cortes em investimentos na educação.
Na ocasião, o ex-estudante da UFT, Marcos Miranda, conta que aderiu ao manifesto para apoiar os colegas e profissionais da educação que estão sendo prejudicados com a redução de verbas. “ Sabemos que existem outras formas da gente mudar o país sem afetar educação, saúde, segurança pública, que são primordiais para que a sociedade cresça e se estabeleça de forma justa, queremos o apoio de vocês que são a nossa voz, a voz do povo. As universidades federais são responsáveis por cerca de 90% das pesquisas no país, como que a indústria vai produzir sem pesquisa? Como o país vai se desenvolver sem pesquisa, sem educação?”, indagou o estudante.
O vereador Eduardo Fortes se manifestou a favor do protesto. “Sou contra o que o Governo Federal está fazendo, e sabemos o quanto isso irá prejudicar a educação em nosso país”.
Para Ataíde Leiteiro (PPS), serão prejudicados principalmente os jovens que ainda vão iniciar um curso superior e não tem condições de pagar uma universidade particular. “Como que o filho do carroceiro, o filho de uma doméstica, das pessoas que não tem condições financeiras vão pode estudar se as universidades públicas fecharem as portas devido a redução desses repasses?”, questionou o vereador.
Rodrigo Cordeiro, estudante do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, concordou e acrescentou. “Sem os cortes já enfrentávamos dificuldades a gente vai pro laboratório 6 horas da manhã para trabalhar com reagente usado de 2008, reagente nocivo, pra fazer pesquisas para o desenvolvimento regional e é apenas um das inúmeras dificuldades que passamos”, desabafou o universitário.
Ivanilson Marinho parabenizou os alunos pela atitude. “ Temos que lutar sim pelos nossos direitos, e o que esperamos é que haja uma sensatez nas políticas públicas do governo federal e que não venha a prejudicar ainda mais a educação no país”.
Conforme a CUT, os profissionais da educação prometem fazer uma mobilização histórica, que também servirá de “esquenta” para a greve geral marcada para o dia 14 junho contra a “reforma” da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
O que diz o MEC
O Ministério da Educação (MEC) garante que o bloqueio de recursos se deve a restrições orçamentárias impostas a toda a administração pública federal em função da atual crise financeira e da baixa arrecadação dos cofres públicos. Segundo o MEC, o bloqueio preventivo atingiu apenas 3,4% das verbas discricionárias das universidades federais, cujo orçamento para este ano totaliza R$ 49,6 bilhões. Deste total, segundo o ministério, 85,34% (ou R$ 42,3 bilhões) são despesas obrigatórias com pessoal (pagamento de salários para professores e demais servidores, bem como benefícios para inativos e pensionistas) e não podem ser contingenciadas.
De acordo com o ministério, 13,83% (ou R$ 6,9 bilhões) são despesas discricionárias e 0,83% (R$ 0,4 bilhão) são aquelas para cumprimento de emendas parlamentares impositivas – já contingenciadas anteriormente pelo governo