da redação
A investigação da Polícia Federal apurou que a suposta organização criminosa suspeita de intermediar a venda de decisões judiciais teria recebido R$ 750 mil e três relógios de uma marca de luxo para revogar a prisão de Bruno Teixeira da Cunha, em 2020. Neste caso, a PF encontrou indício de possível envolvimento de advogados, de um juiz e de um desembargador.
As informações constam na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou a operação Máximus, no dia 23 de agosto. A investigação da Polícia Federal apura os crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Bruno Teixeira da Cunha tinha sido preso em fevereiro de 2020 suspeito de envolvimento da morte do empresário Elvisley Costa de Lima. O crime aconteceu na Avenida Palmas Brasil, em Palmas.
Na época, o Ministério Público Estadual foi contra a liberdade, mas o juiz Marcelo Eliseu Rostirolla, que estava com o caso, decidiu soltar Bruno afirmando que embora existissem fortes indícios de participação, o réu se apresentou espontaneamente e “demonstrou que pretende colaborar” e a liberdade só deveria ser restringida em caso de “extrema necessidade.”
Para a investigação essa decisão é considerada suspeita. Segundo consta no documento do STJ, o deferimento da liberdade aconteceu “de forma tão atípica” que “causou grande repercussão na imprensa local.”
Os relógios citados são da marca de luxo Hublot. A decisão não diz quais os modelos teriam sido repassados, mas os produtos da marca são vendidos com preços que podem passar de R$ 150 mil. Thales também foi preso preventivamente durante a operação Máximus, suspeito de ser operador do suposto esquema.