Durante o Congresso, serão discutidos os quatro eixos da política sobre drogas: prevenção, tratamento, reinserção social e repressão. “É uma problemática que atinge três setores distintos: segurança pública, saúde e social”, explicou o governador Marcelo Miranda durante a abertura do Congresso de Políticas sobre Drogas na Contemporaneidade.
Jarbas Coutinho/ Secom
“O combate às drogas não deve ser um trabalho exclusivo da polícia, à base de armamento e prisões. A educação, nesse processo, é de fundamental importância”. A consideração foi feita pelo governador Marcelo Miranda, durante a abertura do Congresso de Políticas sobre Drogas na Contemporaneidade, na manhã desta quinta-feira, 23, no auditório do Tribunal de Justiça do Tocantins.
O Congresso, que tem como tema Desafios do Cuidado em Abuso do Álcool e outras Drogas, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, que ministrou uma palestra sobre A importância da Intersetorialidade na Política sobre Drogas.
O governador afirmou, em sua fala, que a realização do evento reforça a Semana Estadual de Combate às Drogas, lembrando que grande parte dos gargalos sociais ocorre em decorrência do uso desenfreado do álcool e de outras drogas atingindo setores importantes da sociedade. “É uma problemática que atinge três setores distintos: segurança pública, saúde e social”, explicou.
Ao falar sobre os desafios que envolvem o enfrentamento do problema, Marcelo Miranda citou as iniciativas realizadas no Tocantins, a exemplo da Caravana da Juventude, que percorre o Estado com informações importantes para orientar os jovens, além do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar no combate às drogas. Ainda em sua fala, o governador ressaltou que o combate às drogas exige comprometimento de todos os setores, “a União de todos é fundamental para o enfrentamento desse problema e os conselhos municipais são muitos importantes nesse processo”, afirmou Marcelo Miranda.
O secretário de Estado da Cidadania e Justiça, Glauber de Oliveira, explicou que o Tocantins tem dado uma atenção especial ao problema das drogas e também falou da importância da união de forças para enfrentar a questão. “Todos nós temos que lutar para que os nossos filhos não sejam seduzidos pelas drogas, que são a porta de entrada para o mundo do crime”, explicou.
Palestra
O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, que discorreu sobre o tema Desafios do Cuidado em Abuso do Álcool e outras Drogas, explicou que “é preciso aliar os aspectos científicos para entender e tratar os problemas das drogas. A dependência química é uma doença e deve ser tratada como tal”. Por fim, o ministro sustentou que o Brasil vive uma epidemia de drogas e condenou a liberação da maconha, como cogitado em alguns setores da sociedade.
O Congresso
O evento faz parte da programação da 15ª Semana Estadual Sobre Drogas do Tocantins e conta com a participação de autoridades e especialistas de todo o Brasil. Durante o Congresso, serão discutidos os quatro eixos da política sobre drogas: prevenção, tratamento, reinserção social e repressão. A intenção é levantar reflexões para o fortalecimento das políticas públicas sobre drogas no Tocantins e também apresentar ações de planejamento, gestão e avaliação de dados para potencializar as ferramentas para prevenção, redução de danos e tratamento de pessoas que têm problemas com álcool e outras drogas.
A programação conta com diversas atividades relacionadas ao tema principal do encontro, entre eles o projeto Acredito em Política Estadual Sobre Drogas; apresentação da Pesquisa Domiciliar e Institucional sobre consumo de álcool e outras drogas no Estado do Tocantins; apresentação do Relatório Mundial sobre Drogas, realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime UNODC-Brasil; e palestra sobre a Estruturação da política sobre drogas.
Pesquisa
Durante o evento, a reitora da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Suely Quixabeira, entregou, ao governador Marcelo Miranda, o resultado da pesquisa sobre o uso de álcool e outras drogas no Estado do Tocantins. A pesquisa foi financiada pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), sendo coordenada e executada pela Unitins. A pesquisa traça um perfil socioeconômico do usuário e apresenta políticas públicas de atenção, respondendo a um dos eixos da Política Nacional sobre Drogas, que se baseia na importância da produção e difusão do conhecimento.
De acordo com a pesquisa, o álcool é a droga mais utilizada no Tocantins. O estudo também mostra que a região com menos informações sobre o assunto é o Jalapão.
Projeto Prevenir
O Tocantins já conta também com o projeto Prevenir, outra ação da Seciju. Pelo projeto, serão realizadas apresentações teatrais e circenses pela Companhia Os Kaco de Circo e Teatro, em mais de 40 municípios, para esclarecer e conscientizar, de forma lúdica, a comunidade escolar e local, sobre a prevenção, reforçando o compromisso do Governo do Tocantins no cumprimento das diretrizes da Política Nacional sobre Drogas.
Este ano, a política sobre drogas do Tocantins experimentou avanços significativos. No mês de junho, foi inaugurado o Núcleo de Atenção à Pessoa com Dependência Química (Núcleo Acolher – Um Recomeço). O Núcleo oferece recuperação aos dependentes químicos, por meio de atendimentos e orientações especializadas, bem como, inclusão nos grupos de ajuda mútua e articulação dos serviços públicos, a fim de possibilitar a reinserção social.
Relatório
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, em junho deste ano, o Relatório Anual sobre o uso e abuso de drogas no mundo, em 2017. O Relatório aponta que cerca de 5% da população mundial usou drogas pelo menos uma vez nos últimos anos e que cerca de 30 milhões de pessoas dependem de narcóticos até o ponto de precisar de tratamento.
A droga mais consumida no mundo é a maconha, com 3,8% da população adulta global utilizando anualmente. A estimativa da ONU é de que cerca de 183 milhões de pessoas tenham usado a droga no ano passado.
A abertura do evento contou com a presença da vice-governadora Claudia Lelis; do presidente do Tribunal de Justiça, Eurípides Lamounier; o defensor público-geral, Murilo Machado, deputados, prefeitos, vereadores, representantes de Organizações Não Governamentais e outras autoridades.