Verificação do direcionamento da água da chuva, evitando a rede de coleta de esgoto, é essencial para evitar danos à saúde e ao meio ambiente.
É só começarem a cair as primeiras chuvas para o foco de preocupação mudar da seca para os transtornos causados pelos temporais que atingem o Tocantins. Um dos grandes problemas que aparecem nesta época são os extravasamentos de esgoto causados pelo acumulo de lixo na rede coletora e também pelas ligações clandestinas de água de chuva.
Nenhum material sólido pode ser destinado à rede de coleta de esgoto, mas nem sempre é o que acontece. Papéis, plásticos e outros materiais costumam ser descartados de forma errada e vão parar justamente na rede que é responsável apenas pelo esgoto líquida. Com isto, o risco de entupimento da rede de esgoto aumenta e com ele a possibilidade de extravasamento de esgoto.
“Nenhum tipo de material pode ser direcionado à rede de coleta de esgoto. Todos os ralos, pias e outros pontos de coleta de água na residência precisam contar com uma rede para evitar que este lixo acabe indo para a rede”, lembra Sandra Leal, engenheira e gerente operacional da Odebrecht Ambiental | Saneatins, empresa responsável pela coleta e tratamento de esgoto.
A água pluvial, decorrente das chuvas, também não deve ser direcionada, de forma alguma, para a rede pública de coleta de esgotamento sanitário. Essa orientação parece simples, mas, se não seguida, pode ocasionar enormes transtornos para a população além de danos ao meio ambiente. De acordo com Sandra, a rede de coleta de esgoto tem um objetivo específico e que deve ser respeitado.
“Essa rede é dimensionada para coletar apenas o esgoto gerado a partir da água tratada fornecida. Ao direcionar para o sistema de esgoto água de chuva, que vem sempre em um volume muito acima do suportado pela rede, aumenta-se drasticamente o risco de extravasamentos e vários outros transtornos”, diz.
Além disso, a própria eficiência do tratamento de esgotamento sanitário é afetada pela diluição ocasionada pela água das chuvas.
“O tratamento tem parâmetros específicos para uma quantidade prevista de esgoto. Com a água da chuva estes parâmetros são alterados e a eficiência do tratamento pode ser afetada”, pontua Sandra.