Por Redação
À medida que a população do Brasil envelhece, cresce também a preocupação com a incidência de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer, que, segundo o Ministério da Saúde, já afeta 1,2 milhão de brasileiros, muitos dos quais ainda não diagnosticados. Visando chamar a atenção para o fato, celebra-se em 21 de setembro o Dia Nacional de Conscientização sobre a Doença do Alzheimer, data que serve como um importante lembrete sobre a necessidade de entender melhor essa condição, ainda sem cura conhecida.
Descrita pela primeira vez em 1906, a doença que tem o nome do neuropsiquiatra Alois Alzheimer (descobridor da demência) é caracterizada por prejuízos à memória, pensamento e comportamento do paciente. Essas foram algumas das características descritas pelo cientista, após fazer aquele que é considerado o primeiro diagnóstico de Alzheimer do mundo, da paciente Auguste Deter.
Mais de um século depois, a análise clínica médica ainda é fundamental para a identificação do problema, mas os avanços tecnológicos têm permitido que os exames laboratoriais tenham importância no processo. Um exemplo é a espectrometria de massa utilizada no teste Precivity AD2. Considerado de referência no Brasil, o exame é essencial para detectar as proteínas plasmáticas que indicam a presença ou ausência de placas amiloides cerebrais, uma característica central do Alzheimer.
Segundo a bioquímica Gélida Pessoa, especialista em análises clínicas do Sabin Diagnóstico e Saúde, o exame é indicado para pacientes com mais de 55 anos que demonstram sinais de comprometimento cognitivo.
“Sua realização está sujeita à solicitação médica, para garantir uma abordagem terapêutica adequada desde os estágios iniciais”, explica.
Nas fases primárias dos sintomas, o exame pode ajudar na identificação precisa da doença, na projeção de prognósticos, na melhoria da compreensão da condição (tanto pelo paciente quanto pela família), e na ampliação das opções terapêuticas e dos cuidados personalizados indicados por profissionais qualificados.
Complexidade
O Ministério da Saúde cita como sintomas iniciais da doença: esquecimento frequente; repetição da mesma pergunta; dificuldade para dirigir e encontrar caminhos conhecidos; dificuldade de conversar sobre temas complexos; irritabilidade; interpretações erradas e tendência ao isolamento, dentre outros sinais.
“O diagnóstico de Alzheimer é complexo e envolve a exclusão de outras possíveis causas de demência. Não existe um único teste que confirme a doença, então o processo diagnóstico combina avaliação clínica detalhada realizada pelo médico que acompanha o paciente com o auxílio de uma série de exames complementares”, ressalta a bioquímica.
Painel
Existem ainda outros exames indicados para pessoas com predisposição a Alzheimer ou outras condições neurológicas. Esses testes, porém, também devem ser feitos com indicação médica e acompanhados de outras formas de investigação, como a clínica.
É o caso do Painel Genético de Doenças Degenerativas, que auxilia não somente no diagnóstico de Alzheimer, mas de outras doenças, como a demência frontotemporal e o Parkinson.
“Utiliza-se sangue periférico para análise de 114 genes associados a doenças neurodegenerativas. A avaliação é feita por meio da técnica de sequenciamento de nova geração, que permite a análise simultânea de múltiplos genes relevantes para essas condições de saúde”, explica Gélida Pessoa.
Além do diagnóstico precoce, a prevenção também desempenha um papel crucial contra as doenças degenerativas da mente. Mudanças no estilo de vida, como manter o cérebro ativo, praticar exercícios físicos regulares e adotar uma dieta saudável, são recomendadas para mitigar os riscos de desenvolvimento das doenças.