Mal baixou o clima do período eleitoral das eleições estaduais, a Câmara de Vereadores de Gurupi entrou o mês de outubro em ebulição. O fato deu-se após o vereador Jonas Barros ter apresentado um Requerimento que solicitava ao presidente da Casa, José Carlos (PT), o envio de expediente ao Ministério Público Estadual para investigar o gasto com combustíveis da Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans) no período entre julho a setembro deste ano. Em Gurupi o órgão tem como Gerente, Antônio Carlos Barbazia, conhecido como Pakalolo, que já foi secretário de Educação na gestão do prefeito Abdalla (PR) e hoje aliado do deputado Eduardo do Dertins (PPS).
“O óleo diesel que entrou na Agetrans daria para cada equipamento fazer 150 horas por dia e ainda sobrava um tempinho para fazer umas horas extras e daria para fazer umas duas voltas em torno da terra”, denunciou Jonas Barros.
Após a leitura do requerimento, o Plenário da Casa rejeitou, por maioria absoluta, por entender que o Requerimento feria o Regimento Interno da Casa. Apenas os vereadores Jonas Barros (PV) e Dr. Macêdo (PMDB) foram favoráveis ao Requerimento. Os vereadores Ivanilson Marinho (PMDB) e Cabo Carlos (PT) se manifestaram a favor do pedido de Jonas Barros, mas votaram contra por entenderem que contrariava o Regimento da Casa.
Prós e contras
“Eu voto contrário porque é uma questão pessoal que ele (Jonas Barros) tem contra o diretor da Agetrans (Pakalolo). É uma denúncia sem fundamento e leviana e por isso eu voto contra”, justificou vereador Ataídes (PPS), que é aliado do Gerente da Agetrans em Gurupi.
Em seguida o vereador Dr. Macêdo saiu em defesa de Jonas Barros, ocasião em que fez duras críticas ao deputado Eduardo do Dertins (PPS). “É tão estranho o senhor (Ataídes) como parlamentar e defensor da coisa pública querer colocar questões pessoais entre o vereador (Jonas Barros) e o diretor da Agetrans (Pakalolo) e o que importa para nós é que apure as denúncias para que não ocorra novamente nas próximas eleições”, disse.
O vereador Gleydson Nato (PR) também saiu em defesa do Gerente da Agetrans em Gurupi, Antônio Pakalolo e afirmou que, independente da campanha eleitoral, quem mais ganhou foi a comunidade. “Eu agradeço a Agetrans porque todos os pedido que eu fiz para beneficiar o povo eles foram atendidos”, disse Nato.
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No entanto, o vereador Ivanilson Marinho (PMBD) afirmou que o caso da Agetrans se assemelha com o que acontecei no DNER, hoje DNIT que, segundo ele, sempre foi gargalho para desviar combustíveis e afirmou que não votou a favor devido a descompatibilidade do Regimento da Casa com o Requerimento. “Tanto é que o Posto de Combustível dentro do DNIT foi fechado depois de tantos desvios de combustíveis e todos sabem que no Dertins sempre foi gargalo para desviar combustíveis. Não vejo problema nenhum para subscrever o requerimento e acho interessantíssimo e que saber se o regimento da casa compete a fazer isso.
Após a votação Jonas Barros afirmou ao Portal Atitude que as denúncias saíram de funcionários da própria Agetrans e que Pakalolo chegou a ligar, na segunda-feira, 13, para o ex-prefeito Alexandre Abdalla (PR) e para a vereadora Wanda Botelho (SD) para pedir que ele não colocasse o Requerimento em votação e que ele irá apresentar as denúncias nesta quarta-feira no Ministério Público. “Tem ainda uma estrada que liga Araguaçu (TO) a Novo Planalto (GO) que foi contratada uma empresa para fazer uma recuperação no valor de R$ 1,6 milhões e o encascalhamento foi feito em três dias com equipamentos da Agetrans”, denunciou Barros.
“Eu vou abrir um processo contra ele”, Pakalolo
O diretor da Agetrans de Gurupi, Antônio Carlos, principal alvo das acusações, afirmou à nossa redação que as acusações são infundadas, devido o vereador Jonas Barros não ter informações sobre o gasto do órgão. “Como é que ele sabe o que entrou de combustíveis aqui? Ele não tem este acesso. Ele está pedindo para nós mandar a quantidade de combustíveis que entrou e não tem acesso. Ele está falando besteira”, disse Pakalolo.
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Para Pakalolo, para atender Programa de Assistência aos Municípios (PAM), houve aumento do consumo de combustíveis pois, segundo ele, passou de uma média de 40 mil litros/mês para, aproximadamente, 70 mil litros/mês.
“Nós tivemos o PAM que parou no mês de setembro, mas nos meses de junho, julho e agosto funcionou normalmente. O PAM teve não só as máquinas do Estado, mas também as máquinas das Prefeituras, como foi o caso do Prefeito de Palmeirópolis que colocou três motoniveladoras, duas pá-carregadeira, quatro caçambas, dois tratores de esteiras e ainda tinha as nossas máquinas. O consumo variava de cidade para a cidade porque dependia dos maquinários que os prefeitos colocavam juntos”, explicou Pakalolo.
Para relembrar o leitor, a 7ª edição do PAM foi lançada na região sul no mês de setembro de 2013 durante um evento na cidade de Formoso do Araguaia e a proposta da Agetrans era que as patrulhas mecanizadas passassem 15 dias em cada município realizando as obras e serviços apontados pelas Prefeituras como mais urgentes.
Pakalolo afirmou ainda que o trecho da estrada que liga Araguaçu (TO) a Novo Planalto (GO) não foi licitada pelo Governo do Tocantins e não teve participação da regional da Agetrans de Gurupi. “Ele (Jonas) fala algumas coisas que nem sabe o que está falando. A estrada que liga Araguaçu (TO) a Novo Planalto (GO) foi licitada e não fui eu quem fiz esta estrada. Ela foi feita por uma empresa que ganhou a licitação feita por Palmas. A responsabilidade da empresa é total e foi ela que colocou o material, maquinário e a mão de obra”, disse.
Em seguida, Pakalolo anunciou que irá processar o vereador Jonas Barros por calúnia. “O Jonas vai ter uma surpresa comigo porque eu vou abrir um processo contra ele de tudo que ele está falando contra mim. Tudo é loucura dele e vou contratar um advogado e abrir um processo por difamação e calunia. Tem coisa que ele falou contra a minha família e o vereador Gleydson Nato (PR) será a minha testemunha”, concluiu.