Depois do quiproquó envolvendo o MDB e na coligação de candidato Carlos Amastha (PSB), agora a confusão da vez envolve a coligação de Márlon Reis (REDE) que poderá perder o PRTB por não oferecer estrutura de campanha. “Até então um único santinho ele não conseguiu e a assessoria jurídica e contábil quem está se virando é o partido [PRTB]”, afirmou o vice-presidente da sigla, sargento Jenilson. Ele disse ainda que já foi procurado pelos candidatos Carlos Amastha (PSB), Mauro Carlesse (PHS) e Cesár Simoni (PSL). Em resposta Márlon Reis afirmou em nota que apesar do PRTB ter homens e mulheres valorosos, mas que se as forças indecorosas do partido forem maiores que sua pureza […], só nos resta lamentar”.
por Wesley Silas
O vice-presidente da sigla no Tocantins, Sargento Jenilson, que também é candidato a deputado estadual, declarou ao Portal Atitude que, apesar do PRTB ter sido o primeiro partido a acreditar no projeto político de Márlon Reis, ainda não recebeu nenhum estrutura de campanha.
“O Márlon Reis fez uma tratativa com o nosso partido, pois fomos o primeiro a acreditar no potencial desta campanha ordinária. Ele se comprometeu em dar apoio para o PRTB com material gráfico, logístico e jurídico para começarmos a caminhar tranquilo com uma campanha bonita e propositiva com a possibilidade de eleger deputados estaduais e federais”, disse o sargento Jenilson.
Segundo Jenilson o PRTB apresentou uma minuta para Márlon Reis e nas primeiras conversas foram oferecidas ao partido as vagas de vice-governador e uma de senador.
“Depois que ele começou a fazer aquelas aproximação deles [com o PSD, PTB, PDT e PT], na pior das hipóteses a gente ficaria com nada e na melhor seria um apoio ao nosso trabalho que seria um apoio em cima do nosso trabalho, até porque seria um tipo de compensação porque não tínhamos nenhuma representatividade na vice governadoria encabeçada pelo PTB [José Geraldo] e também com a senatoria que foi dada para o PSD [Irajá Abreu] e PT [Paulo Mourão]”, disse.
“Isso gerou uma condição de nós não estarmos a frente do projeto e nem ao menos ele [Márlon] deu respaldo para o trabalho de rua porque a gente estava sem poder contratar pessoal, ou, estar com material na rua para poder trabalhar e sem apoio logístico de campanha”, completou.
O vereador e Sargento Jenilson, disse que no 10º dias de campanha o seu partido ainda aguarda uma posição de Márlon Reis, mas que o partido já foi procurado por três candidatos ao governo.
“A gente tem como trabalhar no palanque de outras pessoas [candidatos] e é bom que a gente fica livre. Tanto o Amastha como o Carlesse já nos procuraram, assim como o pessoal que apoiam o Bolsonaro como o candidato ao governo César Simoni que teve uma tratativa com a gente”, disse.
O primeiro sinal do mal-estar entre o PRTB e o candidato da coligação “A Frente Alternativa”, Márlon Reis (REDE) foram algumas publicações nas redes socais da diretoria estadual do PRTB orientando aos seus filiados não participarem a uma reunião geral com todos os candidato e os respectivos partidos que apoiam a candidatura de Márlon Reis.
“Nós não vamos nesta reunião global que ele está fazendo hoje com todos os candidatos. Vamos esperar ele reunir conosco conforme ele tinha feito o comprometimento e depois desta reunião é que vamos saber se ficamos com ele ou não, pois até então um único santinho ele não conseguiu e a assessoria jurídica e contábil quem está se virando é o partido [PRTB]”, confirmou o vice-presidente do PRTB.
O que diz Márlon Reis
Em nota, o candidato ao governo Márlon Reis (REDE) afirmou que a coligação “A Frente Alternativa” foi “construída sobre uma plataforma transparente e republicana, combatendo a forma arcaica de se fazer política por meio de conchavos e negociações espúrias” e, diferentemente das divulgação do PRTB na redes sociais garantiu que não há qualquer compromisso descumprido e que não irá disputar “apoio de partidos políticos por meio de leilão com candidatos que abusam de seu poderio econômico para comprar a simpatia de políticos”.
Reforçou com a afirmativa de que “O PRTB tem homens e mulheres valorosos e com consciência do nosso projeto. Mas se as forças indecorosas do partido forem maiores que sua pureza de interesse e se submeterem às benesses ilegais da prática política, só nos resta lamentar e acolher aqueles que ainda acreditam que podem fazer a diferença”.
Confira abaixo a nota enviada pelo candidato Márlon Reis
NOTA SOBRE MENSAGEM DIVULGADA NAS REDES SOCIAIS QUE DIZ SER DO PRTB
“A Frente Alternativa é uma coligação partidária que foi construída em nome de um projeto para o Tocantins. Um projeto com pilares firmes e sólidos que combatem fortemente à corrupção e todas as práticas ilegais de condução da gestão pública, que propõe a reconstrução do Estado com a implantação de uma administração estadual eficiente e enxuta, cortando os excessos cometidos pelo Governo para investir no bem estar da população tocantinense e a criação de um sistema de gestão que dê condições para o desenvolvimento econômico e social do Estado, incentivando o setor privado a alcançar papel de protagonista na economia e garantindo o cumprimento do papel do Governo de oferecer à população serviços básicos de qualidade na saúde, educação, segurança e assistência social.
Importante reforçar que a Frente Alternativa foi construída sobre uma plataforma transparente e republicana, combatendo a forma arcaica de se fazer política por meio de conchavos e negociações espúrias. Diferentemente do que trata a nota divulgada pelas redes sociais que diz ser em nome do PRTB, não há qualquer compromisso descumprido. Oferecemos aos nossos candidatos o apoio estrutural inicial para a eleição. Outro ponto a se destacar é que a formação da chapa majoritária recebeu o aval e a anuência de todos os partidos que compõem a coligação, como traz a própria ata de convenção dos partidos apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e assinada pelos dirigentes partidários.
Deixo claro que não me vergo a pressões antirrepublicanas. Não vou disputar o apoio de partidos políticos por meio de leilão com candidatos que abusam de seu poderio econômico para comprar a simpatia de políticos. O modo ilícito que fazem campanha é o mesmo que adotarão num possível governo e que o atual governador adotou em sua gestão falida, que envolve a contratação de cabos eleitorais pagos com o dinheiro do povo, como revelou o Tribunal de Contas do Estado (TCE). É dinheiro público que deveria ser usado para melhorar a saúde, a educação e a segurança, mas que está sendo usado de maneira criminosa para desnivelar o processo eleitoral. O atual governador será o próximo a ser cassado e preso pela Justiça, como está acontecendo com o outro que foi cassado por duas vezes. O Estado já sofreu por causa de crimes cometidos por governantes irresponsáveis e está sofrendo novamente com este Governo que aí está.
Esse é o tipo de política que o povo não aguenta mais. Essa é uma das práticas políticas que a população condena e que não me submeto a fazer.
O PRTB tem homens e mulheres valorosos e com consciência do nosso projeto. Mas se as forças indecorosas do partido forem maiores que sua pureza de interesse e se submeterem às benesses ilegais da prática política, só nos resta lamentar e acolher aqueles que ainda acreditam que podem fazer a diferença.
Reforço que a decisão partidária é unilateral, mas que não me submeterei ao leilão que estão tentando me impor”.
Márlon Reis
Candidato ao Governo do Tocantins