“Quem está no partido há mais tempo tem prioridade e isso é normal em qualquer lugar e este que chegou agora, certamente, está colocando dificuldades como o fato de criticar a Câmara Municipal porque já faz quatro anos que ele fala a mesma coisa; mas, quando ele (Adailton Fonseca) vem aqui para aprovar lei para doar dinheiro para a CDL, que arrecada, ele não vem aqui dizer que somos submissos ao prefeito”, rebateu Ivanilson Marinho (PMDB) ao defender o nome de Dolores Nunes como vice e sobre o efeito das declarações do empresário Adailton Fonseca.
por Wesley Silas
A fala do empresário Adailton Fonseca (PMDB), após avaliar os vereadores como “subservientes” ao Executivo Municipal e da sua intenção de ser pré-candidato a vice de Laurez Moreira na próxima eleição, caso Dolores Nunes desista, provocou ebulição na Câmara Municipal de Gurupi, resultando em bate-boca entre os vereadores da situação, enquanto os da oposição ironizavam, expondo em seus semblantes esbaldando sentimentos entre a vontade de vaiar ou aplaudir a situação.
“Ficamos assustados devido a base do Laurez não conseguir se entender e estão perdidos quando nós escutamos o empresário Adailton Fonseca, filiado no PMDB, da base do prefeito Laurez, falar que a Câmara Municipal é submissa ao Chefe do Poder Executivo municipal. Para mim esta carapuça não serviu”, alfinetou Gleyston Nato (PHS).
Para Jonas Barros, as criticas feita por Adailton Fonseca, que também não poupou o seu antecessor na CDL, Domingos Tavares, assim como os vereadores, poderão prejudicar o palanque de Laurez Moreira. Ele chegou a pedir ao presidente da Casa, Wendel Gomides (PDT), que convocasse o prefeito para debater internamente os problemas do grupo.
“A coisa está tomando um caminho que não sei onde vai chegar. Estamos vendo um ‘playboy’ querer um cargo político nesta cidade e, ao mesmo tempo, vem acabando com o ex-presidente da CDL (Domingos Tavares) que é aliado do prefeito de primeira hora e ainda chama os 11 vereadores desta Casa de submissos. Será que vamos para um palanque que poderá ter um vice que não gosta da Câmara Municipal, que não gosta dos vereadores?”, questionou. Ele também defendeu o nome de Dolores Nunes na vice, ao fazer um relato de sua trajetória na política tocantinense.
Divisão na escolha da vice
Em seguida o debate descambou para um bate boca entre os vereadores Cabo Carlos (PT) que defendeu um debate para a escolha do vice e do Ivanilson Marinho (PMDB) que saiu em defesa da continuação de Dolores Nunes.
“Está ideia de que a vice já é do PMDB e, quero dizer claramente, é uma posição de imposição. Nós reconhecemos o PMDB, desde que seja dialogado com os partidos da base que precisa de entendimento […] Não é legítimo o PMDB indicar a vice porque todos os partidos são da base. Vamos à discussão e para chegarmos ao entendimento dentro do principio democrático. Nós não podemos, simplesmente, ouvir e ficar calado […] Nós sabemos muito bem que a alternância do poder foi a tônica da eleição da presidência desta Casa e esta alternância deve ser debatida agora e não podemos simplesmente ouvir e ficar calado e inteirar de um sistema ditatorial”, rebateu Cabo Carlos.
Em defesa do nome de Dolores Nunes, o vereador Ivanilson Marinho (PMDB) se apresentou em nome do partido, do qual ele é o segundo vice-presidente e ainda faz parte da Executiva.
“A vice do prefeito Laurez é a dona Dolores Nunes e os partidos que não se sentirem bem vão conversar com o Laurez dentro do seu gabinete. Eu não estou deixando indagação ar para pensar quem será outro nome não”, disse.
Para Ivanilso, caso Dolores Nunes não aceite se candidatar a vice novamente, o espaço será aberto para outros nomes que estão há mais tempo no partido e, citou como exemplo, o nome do defensor público Kita Maciel.
“A não ser que a dona Dolores aconteça coisas alheias à sua vontade: a vice do prefeito Laurez será a dona Dolores. Agora se há uma cisma do PSB, PDT e dos 17 partidos, como o PT, que compõem hoje a coligação do prefeito Laurez que poderá chegar a 19 partidos e, se não estão satisfeitos, apresentem um novo nome e daí vamos ver na queda de braço, quem vai tirar a vice da dona Dolores”, disse o vereador que ainda afirmou que os inconformado deveria sair da base.
Outra curiosidade da Sessão é que enquanto Cabo Carlos debatia com Ivanilson Marinho, alguns vereadores da base pronunciavam, em voz baixa, que Cabo Carlos “estaria magoado” devido a deputada Josi Nunes (PMDB) ter votado pela admissibilidade do impeachment de Dilma na Câmara Federal.