O fortalecimento da cadeia produtiva do pequi no Tocantins beneficiará pequenos catadores extrativistas do fruto de cerrado que antes buscavam aumentar a renda familiar comercializando um saco com, aproximadamente, 25 quilos pela bagatela de R$ 10,00, enquanto 320 grama do fruto industrializado em conserva custa mais de R$ 13,00, valor desatualizado, nos supermercados das principais cidade do Tocantins.
por Wesley Silas
É comum encontrar nas prateleiras dos grandes supermercados produtos como pequi e até mesmo jiló sendo comercializado a preços extremamente “salgados”, quando se compara com os valores comercializados pelos catadores do cerrado, no caso o pequi, e pelos produtores rurais como o jiló.
Enquanto um Supermercado de Gurupi comercializa um vidro de pequi de 320 gramas drenadas em conserva, na beira da rodovia que liga Brejinho de Nazaré a Gurupi é comum ver jovens extrativista com vários sacos de, aproximadamente 25 quilos, comercializando o produto por apenas R$ 10,00, conforme já foi mostrado em uma das nossas redes sociais.
Projeto de agroindústria para processamento do pequi
O olho na cadeia produtiva do pequi do cerrado, o Governo do Estado, por meio de uma equipe técnica, juntamente com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), e a empresa Naturale, estão discutindo uma parceria para implantação de um projeto agroindústria para o processamento do pequi em dois municípios, Brejinho de Nazaré e Guaraí.
Em reunião ocorrida na semana passada ocorrida na reunião da Secretaria da Indústria e Comércio do Estado (SICS) os parceiro anunciaram que a intenção é que o processamento nos dois municípios inicie, ainda, nesta próxima safra do pequi, que estende de setembro a fevereiro, como uma central de colhimento e processamento do pequi.
Na ocasião o empresário da Naturale José Arcanjo, disse que a atividade extrativista além de ter comercialização garantida no mercado interno o projeto atende o projeto de expansão da empresa que pretende exportar os produtos do pequi para países da União Europeia. “Há uma demanda promissora, na safra passada conseguimos exportar 14 toneladas de pequi, agora nesta próxima pretendemos dobrar para 28 toneladas, pois é um mercado aberto e garantido, possibilitando a geração de renda para milhares de tocantinenses”, ressaltou.
A parceria foi bem recebida pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), ente responsável por contribuir, junto com os órgãos do Estado, na organização da coleta extrativista, na logística, beneficiamento, capacitação de boas práticas e a inserção do produto nos mercados, interno e externo.
“É importante essa parceria, e assim, contribuir para essa atividade lucrativa, pois o pequi no Tocantins está presente na maioria dos municípios com muito potencial de transformação embora pouco trabalhado ainda, mas acreditamos que estas centrais de recolhimento e processamento irão contribuir como mais uma alternativa de geração de renda, bem como o acesso a novos mercados”, destacou a engenheira de Alimentos da Seagro, Verônica Gonçalves França.
Redução nas queimadas e desmatamentos
A engenheira considerou ainda a importância de sustentabilidade ambiental da atividade ao considerar que a coleta do pequi “tende a ter uma redução nas queimadas e desmatamentos no Estado, pois será mais vantajoso para os produtores manter o cerrado produtivo para o extrativismo”. (Com informações de Elmiro de Deus/Seagro)