por Redação
O curso capacitou alunas interessadas em empregar técnicas corretas na operação, acoplagem e manutenção de tratores agrícolas. No treinamento, trataram do painel de instrumentos e comandos operacionais, da utilização de marcha, de grupo e rotação do motor, do índice de patinagem e lastramento dos pneus, acionamento de tomada de força, rotações e identificação dos componentes do trator, sistema de filtragem de ar, de combustível, de lubrificação, refrigeração e elétrico. As mulheres também conheceram mais do sistema de direção, hidráulico e de tomada de força, do acoplamento e regulagem de implementos agrícolas, bem como da segurança no trabalho e das regras definidas para esse tipo de maquinário no Código de Trânsito Brasileiro.
Élida Silva se dedicava a serviços domésticos, e ficou emocionada ao término do curso.
“Nunca dirigi nada a não ser fogão e carrinho de bebê. Estou super orgulhosa de mim mesma e muito agradecida pela força do professor, das alunas e do Senar. Vocês não têm ideia de como subir e descer do trator foi importante para mim todo dia”, destacou a aluna.
Para o presidente do Sindicato Rural de Marianópolis, Darci Dario, foi uma satisfação ver uma turma tão especial com essa.
“Aqui temos esposas de produtores, trabalhadoras e outras mulheres que estavam dispostas a aprender tudo mesmo sobre a atividade. Algumas para exercer a profissão e outras para saber lidar com uma máquina e conversar com os produtores de igual pra igual”, destacou.
PROTAGONISMO
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 15 milhões de mulheres vivem na área rural, o que representa 47,5% da população residente no campo no Brasil. O protagonismo das mulheres rurais reflete a diversidade da atuação feminina em campo. Antes vistas meramente como ajudantes, as trabalhadoras rurais têm se destacado em diferentes etapas do processo produtivo de alimentos e outras atividades relacionadas à geração de renda e desenvolvimento econômico social no campo.
Apesar dos grandes saltos relacionados às atividades da mulher rural ainda se vê um grande índice de desigualdade de gênero e desrespeito com as mulheres que se propõe a exercer atividades predominantes masculinas. As alunas relataram que chegaram a ouvir pela cidade comentários desagradáveis que não davam valor a iniciativa. Nem por isso se deixaram abalar. Muito mais do que ensinar a manusear uma máquina agrícola o curso forneceu para as mulheres a oportunidade de se ver em um espaço de trabalho diferente, que as incentivou a terem mais autoconfiança e autoestima. “Foi maravilhoso para todas nós. Ficamos nos sentindo empoderadas por saber que também podemos manusear uma máquina agrícola”, destacou.