Por Iranilson Mota
As mulheres estão se mobilizando e crescendo a cada dia, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking mundial de empreendedorismo feminino. Os dados são do Instituto Rede Mulher Empreendedora, que aponta também um número superlativo em relação às mulheres gestoras do próprio negócio no Brasil, pois já são 30 milhões de empresárias brasileiras. A busca de independência financeira e o crescimento profissional é um dos motivos para essa arrancada no mercado, segundo estudo recente da Rede Mulher Empreendedora.
Conforme o Sebrae, com base em dados do IBGE, o percentual de empreendedoras em relação ao total de negócios chegou a 34% no Brasil em 2022: são mais de 10 milhões de mulheres donas de seus próprios negócios, e no Tocantins 28% dos pequenos negócios já são comandados por mulheres.
Mas nem tudo são flores! A informalidade é uma das barreiras para as empreendedoras no Brasil. O levantamento também mostrou que o percentual de mulheres que não possuem CNPJ modifica nos estados. Na região Sudeste, elas são 41%; no Sul, 43%; na região Centro-Oeste, 49%; no Nordeste, 63%; e na região Norte, 75% e que grande parte dessas mulheres começaram seus negócios por necessidades.
Observa-se que, os desafios são diversos e ainda enfrentam o chamado “fogo amigo”. Vários estudos já foram feitos sobre as dificuldades de integração das mulheres nas empresas. Muito se fala da competição entre homens e mulheres, e pasmem, pois, um dos principaisobstáculos à integração das mulheres no mercado de trabalho é imposto pelas próprias mulheres.
Diante desse cenário, as forças constrangedoras do trabalho feminino aparecem constantemente às chamadas “amigas da onça” que vivem a censurar as profissionais pelo tempo dedicado à empresa em detrimento da família. Alguns exemplos desse constrangimento: “Como você tem coragem de deixar seu filho em casa com uma empregada?” ou “Vai viajar e ficar dois dias fora de casa?, “Você pode encontrar alguém em seu lugar!”. E é nesse cenário de desafios, conquistas e inspiração, que o empreendedorismo feminino se desenvolve no país.
Os números são positivos, mas as mulheres empresárias têm desafios a enfrentar no mercado. Apesar do aumento nas contratações, a pesquisa mostra que, no cenário total de negócios comandados por mulheres, nove a cada 10 empreendedoras continuam comandando suas empresas sozinhas.
Além do mais, há a desvalorização das ideias feitas por mulheres. Empreendedoras podem enfrentar preconceitos e estereótipos de gênero que afetam sua credibilidade e capacidade de serem levadas a sério nos negócios. Devemos considerar que culturas com normas sociais de gênero muito rígidas podem desencorajar as mulheres a buscar empreendedorismo e impor restrições adicionais à sua liberdade de ação.
No entanto, como o mundo está em constante evolução os sistemas sociais e as entidades públicas e privadas também estão evoluindo e hoje temos grandes iniciativas de apoio ao empreendedorismo feminino no Tocantins e no Brasil, a exemplo das iniciativas da Fecomércio com a criação da Câmara das Mulheres Empreendedoras e Gestoras de Negócios – CMEG, que promove o desenvolvimento integral da mulher por meio de ações, conexões e da defesa dos interesses das empreendedoras e gestoras de negócios do Tocantins. OSebrae desenvolveu um programa denominada Sebrae Delas que é um programa que incentiva, valoriza e acelera a jornada de mulheres que empreendem ou querem empreender. Também, as instituições financeiras públicas e privadas tiveram suas iniciativas com foco no apoio ao segmento e aceso ao crédito, a exemplo da Cooperativa Sicredi União MS/TO e Oeste da Bahia que vem desenvolvendo ações do projeto “Donas do Negócio” uma iniciativa que visa capacitar e fortalecer as mulheres empreendedoras oferecendo apoio e oportunidades de crescimento em suas respectivas áreas de atuação, esse programa recebeu reconhecimento internacional no World Council Young Credit Union People (WYCUP), destacando seu papel essencial no fortalecimento do cooperativismo de crédito globalmente.
Te tal forma o Governo do Estado do Tocantins que criou a Secretaria de Estado da Mulher com o objeto de formular, coordenar e articular políticas voltadas a garantia de direitos, à proteção, ao acolhimento, à eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres, a pasta também deverá criar, implementar e monitorar essas políticas, visando a promoção da igualdade, além disso, deverá acompanhar a implementação de legislação de ação afirmativa com o objetivo de acabar com a discriminação entre homens e mulheres e ainda deverá estabelecer canais de comunicação com os cidadãos para receber consultas, denúncias e prestar informações. Ressalta-se também, o trabalho da Faciet que, por sua vez vem apoiando fortemente essas iniciativas de apoio às mulheres empreendedoras do Tocantins a exemplo do projeto doConselho da Mulher Empreendedora e Cultura – CMEC, criado pela sua Confederação. O CMEC atua como instrumento para que lideranças femininas discutam seus problemas e proponham novos rumos positivos para a comunidade empresarial, com perspectiva de geração de valor que mobilize as corporações organizadas. Este conselho também incentiva a economia criativa, que pode ser implementada por meio do empreendedorismo, possibilitando o desenvolvimento da cultura e uma maior inclusão social. O Conselho Estadual do Tocantins foi criado no início de 2023 e é presidida pela empresáriaAntônia Lopes Gonçalves de Araguaína, que vem empreendendo e fomentando a abertura dos Conselhos Municipais em Araguaína, Paraíso do Tocantins e Ananás, e dentro de seu planejamento constam as ações de expansão dos conselhos às demais cidades que possuem Associações Comerciais e Empresariais constituídas, ou seja, poderá chegar há mais de 30 cidades em até 4 anos.
Além disso, a Faciet vem empreendendo a inclusão de mulheres no comando de suas associações empresariais a exemplo das cidades de Ananás, Guaraí, Lagoa da Confusão, Nova Rosalândia, Paraíso do Tocantins e Pedro Afonso, todas são empreendedoras e além de tocarem seus negócios e família ainda se desafiam de forma voluntária no exercício da liderança empreendedora para defesa da classe empresarial de suas respectivas cidades.
Por fim, com todas essas iniciativas e outras que ainda estão por vir, as mulheres poderão crescer sua participação ainda mais nos ambientes dos negócios e nas ações da política institucional, política partidária, nas associações comerciais, nos sindicatos, e na gestão das diversas empresas do Tocantins e do Brasil. Observa-se que amulher quando melhora suas condições, principalmente financeira, investe mais na educação dos filhos, apoia sua comunidade, assiste seus familiares, e além disso, a mulher contrata outras mulheres que vão reagir a essa melhora da mesma forma, potencializando mais pessoas.Desse modo, além de contribuir para o crescimento da economia e para a criação de empregos, o empreendedorismo feminino transforma também as relações sociais.