Wesley Silas
Produtores representados por Carmélio Alcântara e técnicos do SEBRAE, Ruraltins, Embrapa, Banco do Brasil, IFTO, Senar, Faet e do curso de Zootecnia da Faculdade Católica debateram o desafio da cadeia produtiva para dar sustentação ao frigorífico de Ovino e Caprinos que está sendo instalado no município de Aliança do Tocantins.
Com um mercado promissor não só na carne, mas também na produção de leite usado também para pessoas com intolerância à lactose (alergia ao leite), a cadeia produtiva de Ovino e Caprinos foi defendida pelos técnicos como demandante que tem mercado sobrando, mas precisa de profissionalização na criação dos animais.
“Nós temos que conhecer a demanda do mercado e aliar esta demanda com o potencial do produtor e, isso está faltando no Estado hoje. Existe mercado e é crescente, tem comprador e dinheiro. O que falta é o produto, mas não qualquer tipo de produto, um que seja demandado deste mercado. Para isso, temos que trabalhar a organização da cadeia produtiva para fazer o produto chegar no consumidor com um preço acessível de qualidade” disse Clauber Rosanova professor do Curso de Zootecnia da Faculdade Católica do Tocantins e da IFTO, considerado como um dos melhores especialista da área no Estado. Na palestra Rosanova falou sobre as perspectiva da cadeia Produtiva da Ovinocultura na Região Sul do Tocantins.
O frigorífico foi lançado agosto desde ano pela ministra Kátia Abreu durante o Seminário Nacional da Cadeia Produtiva da Ovinocultura.
Durante a apresentação do projeto do Frigorífico, prefeito Zé Pequi afirmou que o primeiro passo será a mobilização para sensibilizar e incentivar o produtor para depois traçar as metas de trabalhos e esboçar como funcionará o frigorífico que, segundo ele, poderá funcionar por meio de uma cooperativa . “Esta é a primeira reunião que fizemos com todos os parceiros como SEBRAE, SENAR, FAET, Embrapa, Ruraltins, Adapec, Secretaria do Estado de Agricultura, Secretária Federal de Agricultura e agentes de financiadores como o Banco do Brasil, onde os técnicos de cada área estão discutindo a cadeia e por meio disso vamos ter outro momento onde vamos fazer um planejamento das ações para o ano de 2016”, explicou o prefeito.
O gerente da unidade do Sebrae em Gurupi, José Carlos Bessa, ao defender a importância da atuação das parceria afirmou que o SEBRAE não medirá esforço para incentivar a cadeia produtiva de Ovino e Caprinos na região.
“O papel do Sebrae é levar informações e conhecimento para que as pessoas interessadas na cadeia produtiva, seja vendedor de insumo, prestador de serviço, consultor ou profissionais, juntos façam acontecer uma cadeia produtiva estruturada para produzir carne”, disse.
Apoio da Ministra Kátia Abreu
A parceria com o Ministério da Agricultura por meio da ministra Kátia Abreu também foi destacada pelo prefeito Zé Pequi. “Estamos com a expectativa que as coisas vão dar muito certo, embora a gente sabe que é um desafio grande e não é assim num piscar de olho ou em um estalar de dedos que se constrói, porque já teve algumas tentativas no Estado neste ramo de atividade desta cadeia produtiva que infelizmente não teve muito êxito; mas, estamos confiante tendo em vista que a nossa ministra Kátia Abreu é uma pessoa que está nos incentivando, dando a força através do ministério da Agricultura para que pelo menos que na parte financeira não tenhamos problema para fazer tudo isso acontecer”, disse.
Mercado
Durante palestra o Clauber Rosanova defendeu a necessidade do aumento do rebanho para dar condições de produção ao frigorífico. Lembrou ainda que o Brasil importa ovino e caprino sendo que a produção ainda concentra nas regiões Sul (ovino) e Nordeste (caprinos). Para isso, segundo Clauber Rosanova e necessário um plano de ação desafiador para a produção de borregos (animas juvenis) e combater os atravessadores e o mercado clandestino.
“O mercado se preocupa com qualidade e quer uma carne de um animal jovem com pouca gordura, uma carne saudável, e que chegue um preço acessível com as outras carnes como a de frango, bovina e que não seja uma coisa exorbitante e não pode ser um produto de luxo”, explica.
Custo beneficio
Clauber Rosanova defendeu também as vantagens da criação de Ovino e Caprinos, quando se compara aos bovinos.
“A ovinocultura tem como principal vantagem ser uma atividade de ciclo rápido porque os animais demoram pouco tempo para parir, cinco meses, pouco tempo para desmamar e em 60 dias o cordeirinho estará desmamado e vai para o abate com cinco ou seis meses. Perto da pecuária tradicional é uma atividade que tem o ciclo muito curto e nós temos uma conta que o espaço e o consumo de uma vaca adulta a gente consegue colocar 10 ovelhas. Quando a gente fala em área de pequenas propriedades possibilita que tenha um rebanho grande com alto giro de produção a um custo mais barato”, disse.
Frigorífico
Segundo Rosanova a cadeia produtiva tem que andar junto com a construção do frigorífico. “As coisas têm que andar juntas, produção com a construção do frigorífico, mas dá tempo da gente começar fomentar isso agora para quando o frigorífico estiver pronto já tenha produto. Enquanto isso, a cadeia não pode parar ou ficar esperando quem nasceu primeiro – o ovo ou a galinha – tem que fazer os dois chegarem juntos com o frigorífico”, alertou.
Já o prefeito Zé Pequi afirmou que 10% da obra física da primeira etapa já foi concluída e que tem como meta ser concluída até o final de 2016.
“Iniciamos a parte de construção da obra física da primeira etapa e estamos, aproximadamente, com 10% da obra construída e queremos dentro de 08 meses está com a primeira etapa pronta. Depois virá outras partes como banheiros, currais, lagoas de estabilização e a parte de equipamentos que será uma outra demanda que a Secretaria Federal de Agricultura vai junto com os técnicos trabalhar esta questão. Eu acredito que até o final do ano que vem estaremos com tudo pronto”, disse o prefeito.