A Polícia Federal deu sequência na manhã desta terça-feira, 07, deflagrando a terceira fase da Operação Ápia, iniciada em outubro do ano passado culminando na prisão do ex-governador do Tocantins Sandoval Cardoso. Desta vez estão sendo cumpridos 09 mandados de prisões preventivas e 12 conduções coercitivas, quando a pessoa é obrigada a ir prestar depoimento da delegacia. Os federais a investigam supostos desvio de verbas públicas adquiridas pelo Governo do Estado no Exterior executados no ano de 2013.
Documento vazado As prisões temporárias envolvem o ex-secretário da Infraestrutura, Alexandre Ubaldo, Renan Bezerra de Melo Pereira, filho do Procurador Geral do Ministério Público Estadual Clenan Renaul de Melo, o empresário José Maria Batista, também conhecido como J. Batista, Ednaldo Oliveira Maciel, Charlyngton Chagas Costa, Erlon Marcelo Lima Vieira, Roque Lima Araújo, Adriano Silva Magalhães de Macedo e Eduardino Edvart Lopes.
Estão sendo conduzidos coercitivamente à Delegacia da Polícia Federal, com mandado de busca e apreensão, Rubens Lima Sousa, João Leal Costa Júnior, José Pereira da Silva Neto, Lourival Novais Medrado dos Santos, Marco Túlio Aires, Nícia Alves Gonçalves de Paula, Cláudio Manoel Barreto Vieira, Fernando Faria, Roque Lima de Araújo, José Ribamar Maia Júnior, Vanderley Carlos Lemos, Neurivan Ribeiro de Sousa e Adelmo Vendramini Campos. Também foi realizado mandado de busca e apreensão nas sedes das empresas ETP Ltda – Construtora e Chagas e Lima Ltda – CL Construtora.
Nesta terceira fase da Operação a Polícia Federal está analisando, possível, pagamento de propina em contratos de conservação de estradas estaduais, sendo que na primeira e segunda fase a PF investigou propinas em obras de pavimentação.
“O núcleo político era composto por pessoas que compunham o alto escalão do Estado, dois ex-governadores [Sandoval Cardoso e Siqueira Campos] que, através de contratos com Banco do Brasil, conseguiram empréstimos internacionais”, disse superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, ao G1.
Os desvio de verbas públicas envolvem três programas de financiamentos adquiridos em 2013 pelos Estado do Tocantins perante do Banco do Brasil no valor total de R$ 1.203.637.668,70, sendo que o Estado do Tocantins gastou R$ 842.940.272,27 no custeio de rodovias estaduais, somados ainda aos aditivos contratuais.
“Os editais eram recheados de cláusulas restritivas à concorrência que favoreciam empresários do grupo. Ao final se constatou que havia ajuste de preços para dividir o lote entre seis empresas. Está bem clara a existência de um cartel para o fim de fraudar as licitações e desviar dinheiro público federal”, explicou o procurador da república José Ricardo Teixeira ao G1 Tocantins.