O advogado especialista em direito eleitoral, Juvenal Klayber, contratado para defender a Coligação “Governo de Atitude” encabeçada pelo candidato a governo do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS) declarou ao Portal Atitude que desde 2006 a judicialização dos processos eleitorais do Tocantins “virou regra e não exceção”. “Nós entendemos que houve um abuso por parte do candidato da coligação A Vez dos Tocantinenses (Vicentinho Alves) por tentar judicializar o feito para tirar proveito eleitoral na sua campanha e nas suas propagandas”, disse.
por Wesley Silas
“Eu vejo isso com muita ressalva porque no processo eleitoral a finalidade maior é o voto do eleitor e alguns candidato, no meu ponto de vista, embora respeitando eles estão transformando o processo eleitoral em processo judicial, o que não é bom para a democracia”, disse Juvenal Klayber.
Na entrevista, Juvenal Klayber comentou as repercussões da denúncia da coligação do candidato Vicentinho Alves (PR) que resultaram em operações da Polícia Federal no Palácio Araguaia, Secretaria da Fazenda; Secretaria da Infraestrutura e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura.
“Nós entendemos que houve um abuso por parte do candidato da coligação A Vez dos Tocantinenses (Vicentinho Alves) por tentar judicializar o feito para tirar proveito eleitoral na sua campanha e nas suas propagandas. Isso eu condeno! Não há possibilidade num processo eleitoral de, ao invés de apresentação de propostas, você apresentar denúncias. A denúncia tem que ser apresentada num processo e decidida por um juiz e colegiado e isso, infelizmente, não está ocorrendo. Há uma tentativa frustrada, no meu ponto de vista, do candidato adversário de, ao fazer o protocolo de várias ações e várias denúncias, tentar convencer o eleitor que a pessoa, sem antes até manifestação do Poder Judiciário, não está apta para gerir um Estado. Infelizmente esta foi a conduta usada pelo candidato adversário, mas os processos ainda estão em andamento e alguns nós fomos notificados a responder somente agora e não há nenhuma decisão. Não haverá tempo de ter nenhuma decisão até o pleito e após o pleito quando apresentarmos as nossas respostas nós temos certeza que a justiça verá que todas essas denúncias não eram mais do que um método de aproveitamento eleitoral do candidato”, avaliou Juvenal Klayber.
O reportagem do Portal Atitude questionou o advogado sobre a possibilidade de repetir novamente o que aconteceu com o ex-governador cassado Marcelo Miranda (MDB) após o processo eleitoral.
“Nós entendemos que não porque confiamos na inocência não somente do candidato Mauro Carlesse, mas também de que os procedimentos por meio do Governo do Estado com ele como governador interino foram feitos obedecendo a Justiça, a Legislação e, principalmente, as ordem judiciais que foram exaradas do qual temos a convicção de que respeitamos”, disse.
O advogado falou também sobre a relação de veículos, supostamente oficiais, encontrados na Secretaria de Infraestrutura do Estado para uso no processo eleitoral.
“Todos eles fazem parte da campanha do governador Mauro Carlesse, estão com as prestações de contas prontas. Então, nós entendemos que não há qualquer prova de que o Governo, como diz a oposição ou o candidato ex-adverso, que possa estar sendo usados carros oficiais na campanha do Mauro Carlesse. Isso não existe e nós iremos no final do processo comprovar”, disse Juvenal Klayber.
A defesa de Carlesse disse que o Poder Judiciário cumpre o seu papel e condenou o uso das informações, supostamente, privilegiadas pela equipe de Vicentinho sobre procedimentos enquanto a Polícia Federal fazia diligencias.
“Nós entendemos que o Poder Judiciário cumpriu o seu papel porque ele foi chamado e pela circunstancias que existem no processo das suas decisões; mas, é nítido o uso eleitoreiro pelo candidato Vicentinho das decisões emanadas no Poder Judiciário, e, deixo claro que não há, absolutamente nada, que comprove que o Poder Judiciário está a trabalho da campanha do Vicentinho. Não acredito nisso porque as pessoas que lá estão são corretas, de boa índole e que jamais fariam isto. O mesmo entendo sobre a Polícia Federal que ao ser chamada faz o seu trabalho. Contudo, é verdade que o candidato Vicentinho, enquanto a Polícia Federal estava trabalhando ele já estava dando notícias à imprensa de detalhes da operação, o que nos estranha, mas entendemos que isto faz parte do processo e condenamos o uso eleitoreiro destas operações da Polícia em prol da candidatura de Vicentinho Alves ao governo do Estado”, concluiu.