Por Wesley Silas
Um ano se passou desde que o Portal Atitude destacou as preocupações dos usuários em relação à UPA de Gurupi.
Ao retornar ao mesmo local na mesma data, constatou-se que o problema persiste: demoras no atendimento.
Apesar de estar enquadrada como uma UPA-24h de porte 1, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde e supostamente preparada para atender de 50.000 a 100.000 habitantes, a realidade é outra. Deveria lidar com até 150 pacientes diariamente, contando com um mínimo de dois médicos por plantão.
No entanto, a situação é desafiadora. Embora não faça parte do pacto de saúde dos 17 municípios da Ilha do Bananal, muitos se enganam ao pensar assim. Prefeitos de cidades vizinhas, como Formoso do Araguaia, encaminham pacientes em ambulâncias para a UPA de Gurupi, aumentando a sobrecarga de atendimento. Isso se intensifica em períodos de aumento de viroses, resultando em uma média de 300 atendimentos diários.
O coordenador geral da UPA, Djales Batista de Oliveira, revela que, embora o município, através da Unirg, disponibilize até seis médicos por dia, em março, foram atendidas 6 mil pessoas e, nos primeiros 17 dias de abril, mais de 4 mil. A manutenção da UPA é um acordo tripartite, envolvendo as esferas federal, estadual e municipal. Legalmente, o município é obrigado a destinar 15% da arrecadação dos impostos para ações de saúde, mas a Prefeitura de Gurupi afirma que esse valor praticamente dobra, alcançando 30%.
A UPA foi estabelecida pelo Governo Federal como uma instituição de saúde de complexidade intermediária, preenchendo a lacuna entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar.