“A Vila de Peixe só vai pra frente quando se libertar dos coronéis e do carrancismo excomungado, o seu progresso virá da força das águas do Rio Tocantins”. Fragmentos de uma realidade retratada e vivenciada em 1936 pelo velho pescador João Tataruna no romance Chão da Carabinas, do escritor Moura Lima (2002).
por Wesley Silas
Livro Chão das Carabinas – Coronéis, Peões e Boiadas, nas Barrancas do Rio Tocantins do premiado escritor Moura Lima é uma leitura para os que gostam de estudar as origens de Peixe e do Tocantins, a exemplo de Serra dos Pilões, em Jalapão, Veredão, e Mucunã – Contos e lendas do Sertão. Todas estas obras, fazem parte da Trilogia de Moura Lima consideradas premiadíssimas, uma delas foi destaque no Concurso Nacional de 500 anos, outorgado pela Academia Carioca e União de Escritores, Rio de Janeiro e consideradas também como as mais estudadas publicações do Tocantins com teses de doutorado em vários estado do País e Portugal.
Conforme adverte o próprio escritor: “o livro Chão das Carabinas, foi extraído de uma história real, com alma própria, acontecida na antiga Vila do Peixe, no Norte de Goiás (Hoje Tocantins), no idos de 1936, os fatos históricos foram transformados para o campo ficcional, a partir de processo criminal, depoimentos de testemunhas e de participantes do matricídio”.
Pois bem, trata-se de um cruel massacre da família Barbosa, “onde jagunços vivem, às rédeas solta, dos instintos animalescos, sem justiça nem lei, indômitos, feroz e valentes como a terrível cascavel do sertão. E obedeciam sem apelação ou agravo, e tinham apenas um código de honra: o soluçar do papo-amarelo, na catinga da morte!
O espírito de maldade havia-se instalado no burgo, conforme mostra o livro prefaciado pelo renomado escritor William Palha Dias, publicado no ano de 2002 .
“Agora (Moura Lima) traz a lume o monumental romance Chão das Carabinas, onde focaliza numa visão sociológica, a crueldade do feudalismo sertanejo. E mostra em cenas eletrizantes, a tropelia dos jagunços, o repicar dos berrantes, a bravura dos vaqueiros, na marcha ronceira das boiadas, rasgando os cerradões e as imensas campinas daquele mundão verde do chão tocantinense. É um romance de forte conteúdo social, e de protesto, baseado em fato histórico-político-social, ocorrido na década de 30, na vila de Peixe, Norte de Goiás, hoje Tocantins. O terrível morticínio permanece amordaçado, no bojo do processo criminal, por mais de oitenta anos, aguardando um romancista de peso, trazê-lo ao olho da sociedade contemporânea e da literatura brasileira”, considerou o renomado ao jurista, magistrado e escritor William Palha Dias, falecido em 14 de fevereiro de 2012.
Desta forma foi a introdução do morticínio retratado pelo autor no livro que merece uma série da Netflix, enquanto a sobra desta história ainda sobrevive nos fantasmas dos casarões que estão com seus tijolos derretendo e seu responsáveis demonstram não ter preocupação e restaurá-los para receber a preservação e empreendimentos nestes locais.
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Passados mais de 100 anos, hoje a cidade de Peixe é um local que ainda há indícios dos coronéis em suas arquiteturas que precisam ser preservadas; mas a política mudou e continua no processo de humanização, principalmente na área de saúde e infraestrutura com destaque na gestão do atual prefeito, José Augusto.
Vocação para o Turismo
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No último final de semana a reportagem do Portal Atitude voltou a visitar a cidade, sem a almas dos tropeiros que desbravaram a região, mas com espírito de um turista “pé duro” que buscar entender a cultura deste povo que sofre com os impactos como os trazidos pela usina hidrelétrica (doenças e vícios), enquanto as tradições folclóricas seguem nas festas cristãs protestantes e católicas como do Festejo do Divino Espírito Santo, danças de origem escravagista como a Sússia, tem também a rica culinária com o Amor Perfeito; que merecem ser preservadas para um turismo que se estenda durante o ano inteiro e, quem sabe um dia, Peixe possa fazer parte do Programa Monumental, do Ministério da Cultura para recuperação sua preservação do patrimônio histórico.
Potencial
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No entanto, a cada década que se passa o que vemos é que a iniciativa privada tem se estruturado para receber turistas no Rio Tocantins em Peixe. Não falo deste turismo sazonal de férias do mês de julho na ilha da Tartaruga; mas desde os dos ranchos distantes da cidade que empreendedores que se aventuram e investem em pousadas em turismo sustentável, enquanto na cidade empresários apostam na rede hoteleira e pousadas no sonho um dia ter um dia o turismo permanente na cidade.
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Programação da temporada de praia
Programação do Palco Aberto – shows gratuitos
20/07: Edy Britto & Samuel
27/07: Os Barões da Pisadinha
Programação do Arena “Sumiu UAI!” na Praia da Tartaruga – Peixe/TO
19/07: Baile do Mário e DJ HAAS
20/07: Max & Luan e DJ Douglas Rocha
21/07: Israel & Rodolfo
![Praia-da-Tartaruga-em-Peixe-receberá-a-ação-no-dia-28-de-julho Cultura e Turismo | A centenária Peixe com seus casarões com passagens de coronéis e a necessidade atual de avanços econômicos Praia-da-Tartaruga-em-Peixe-receberá-a-ação-no-dia-28-de-julho Cultura e Turismo | A centenária Peixe com seus casarões com passagens de coronéis e a necessidade atual de avanços econômicos](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Praia-da-Tartaruga-em-Peixe-receberá-a-ação-no-dia-28-de-julho.jpg)