O caso da violência envolvendo um ex-alunos do Colégio Guilherme Dourado, coloca em questão o risco que os profissionais convivem diariamente com alunos violentos em um espaço que deveria ser para o desenvolvimento e aprendizagem na formação de pessoas civilizadas. De acordo com o diretor, o ex-aluno, de 18 anos, teria em outra ocasião, agredido um outro professor com chutes. Lucas foi encaminhado à Delegacia de Polícia e liberado.
por Wesley Silas
O caso da violência envolvendo o ex-aluno, Lucas Araújo Resplande, 18 anos, registrado por câmaras de segurança agredindo o diretor, Mariano Soares Costa aconteceu no final da tarde da quarta-feira, 09, na porta do Colégio Guilherme Dourado, localizado no Centro de Araguaína.
Conforme informações do site, Araguaína Notícias, o diretor Mariano atua na educação há 30 anos e ele saiu da escola depois de receber denúncias de que um grupo de adolescentes havia planejado agredir outros estudantes. Ele chegou a acionar a Polícia Militar, mas antes da viatura chegar, ele foi surpreendido por um jovem que deu um soco na câmera que ele carregava e, em seguida, o ex-aluno lhe deu um soco, que por sua vez o diretor desequilibra e caiu nos degraus da escadaria.
Após se levantar, o diretor é surpreendido, novamente, com outra “voadora” e, em seguida, reage contra a agressão e consegue imobilizar Lucas até a chegada da Polícia Militar.
O diretor relator que Lucas foi expulso da escola após ter agredido um professor com chutes e após o episódio começou a ameaçar o professor e, frequentemente o ex-alunos ficava na porta da escola.
“Sempre procurei zelar pelo bem e aprendizado dos meus alunos, mas hoje me sinto triste e frustrado”, lamentou o diretor ao site Araguaína Notícias.
Lucas foi encaminhado para a Delegacia de Polícia e liberado antes mesmo do registro do Boletim de Ocorrência. A Polícia Militar informou que a “demanda” estaria muito grande da Delegacia de Polícia e o diretor, Mariano Costa, preferiu “não esperar para ser atendido” e resolver registrar o Boletim de Ocorrência em outra ocasião.
Violência contra os professores nas escolas
Um estudo feito pela Câmara dos Deputados, em maio de 2016, mostra que no Brasil a violência contra os professores nas escolas aponta que mais de um terço dos professores brasileiros (34%) afirmam verificar semanalmente intimidação ou ofensa verbal entre os alunos, o “que coloca o Brasil no topo do ranking de violência nas escolas entre os países participantes”, aponta o estudo que tem como base informações do INEP, 2014.
Aponta ainda que os professores brasileiros são, ainda, os que declararam gastar mais tempo em sala de aula para manter a ordem (19,8% do tempo) e com tarefas administrativas (12,2%).
“Nas cinco principais ocorrências de violência contra os professores, obteve-se a seguinte proporção: agressão verbal contra professores, 51% e, contra professoras, 35%; assédio moral contra professores, 15% e, contra professoras, 8%; bullying contra professores, 11% e, contra professoras, 5%; discriminação contra professores, 8% e, contra professoras, 5%; agressões físicas contra professores, 7% e, contra professoras, 5%”, aponta a pesquisa.