Marina, morena, Marina, você se pintou. Marina, você faça tudo, Mas faça um favor ♪ ♫…
Clássicos como Marina, Retirante, Suíte do Pescador e Só Louco, de Dorival Caymmi serão interpretados neste sábado, 19, em Gurupi no pelos músicos Dorivã e Felix Júnior, no Ahrr Maria Coisaria.
por Wesley Silas
Depois de alguns anos sem apresentar em Gurupi, o cantor e compositor tocantinense, Dorivan Borges da Silval, conhecido como Dorivã e o violonista Felix Júnior, considerado como um dos melhores do País estarão apresentando no Ahrr Maria Coisaria o show “As Canções de Caymmi”, ocasião em que eles também aproveitarão para divulgar e autografar seus trabalhos autorais. Os ingressos custam R$ 30,00 e podem ser adquiridos na bilheteria do local.
“Será um show com a obra de Caymmi e a gente optou em pegar o lado A de Caymmi com canções conhecidas e mais populares que o Brasil e o Mundo conhece como Marina, Retirante, Suíte do Pescador e Só Louco. Serão 18 canções no primeiro momento, depois a gente volta e vamos sentir o público e vamos fazer algumas canções do meu repertório, isso se a gente sentir o clima se dá para fazer”, disse Dorivã.
O músico retorna a fazer show em Gurupi depois de alguns anos. Ele lembra que sua última apresentação foi feita quando o músico Chico Chokolate era secretário de Cultura.
“Estive em Gurupi em 2005 para lançar o CD Taquarulua e depois aproveitei também para lançar o Passarim do Jalapão no Centro Cultural Mauro Cunha, pois havia muito tempo que eu não tocava na cidade. Dei este tempo aguardando o convite da cidade e retornei a convite do Ronaldo Teixeira e do Chico Chokolate, que na época que Chico era Secretário de Cultura, e me convidaram para fazer o show”, lembra Dorivã.
Dorivã estará acompanhado do músico Felix Júnior, ao violão, considerado como um dos melhores do país. “O Felix Júnior é um artista renomado no Brasil e um dos maiores violonistas de sete cordas do país e tem uma grande relação com o Tocantins. Ele já morou em Palmas e depois voltou por várias vezes para fazer shows e é um artista que discos gravados e é arranjador e produtor. O Felix é um parceiro da música feita por nós no Tocantins e é uma honra tê-lo com a gente e quando eu o convidei ele de prontidão aceitou para vim fazer este trabalho e está percorrendo conosco neste projeto que se chama Chão de Estrelas e fico muito feliz”, considerou Dorivan.
No auge dos festivais de música popular, Dorivã teve influencias em músicos que se apresentaram no extinto Clube Recreativo Araguaia em Gurupi, hoje em ruínas.
“Todos nós iniciamos nossas carreiras em Gurupi nos tempos dos festivais quando existiu um circuito que começava em Porangatu (GO), depois descia para Gurupi, Paraíso do Tocantins e parava em Conceição do Araguaia (PA). Então, os artistas do norte Goiano e de outras regiões do Brasil faziam estes circuitos e foi em Gurupi que eu assisti meus primeiros festivais com personalidades como Milton Ferré, Genésio Tocantins, João Bolo, Adonis Delano e Nicodemos. Enfim, são pessoas que ainda são referências para mim na música por ter sido os primeiros músicos que ouvi cantando”, disse.
Apesar da perda de espaço, a velha MPB continua sendo prestigiada por um público de ouvidos refinados que não abandonaram o habitat natural do gosto de músicas altíssima qualidade.
“Esta questão do espaço da música brasileira não é só em Gurupi, mas em todo Brasil onde está acontecendo esta avalanche da música da grande mídia, de massa. Entendo ser uma jogada de marketing e as pessoas, às vezes consomem, sem saber o que estão consumindo e estão sendo levadas por esta onda, mais a gente que tem compromisso com a boa música e sempre existirá público que vai sempre estar nos lugares que a gente passar”, disse.
Com a experiência de quase 40 anos de carreira, Dorivã encerra a entrevista mostrando que não abre mão da boa música e dedica sua vida ao resgate e manutenção de músicas de qualidade onde muitos navegam na poesia das letras com os olhos fechados e ouvidos abertos, seja nos trabalhos autoral ou na nova experiência de fazer tributos para homenagear grandes compositores.
“Acho que o nosso papel não é ficar reclamando do sistema porque as coisas estão ai e são do jeito que são e resta fazermos a nossa parte e levar a boa música e é isto que está na alma e no coração da gente e também um compromisso que temos com a nossa terra”, conclui.