As águas da chuva que cairam na tarde desta quarta-feira, 09, transbordou os córregos Pouso do Meio e Mutuca, alagou Ruas e Avenidas, invadiu casas e em uma rua do Setor União o esgoto da CPP transbordou causando estragos e prejuízos aos moradores.
Entulhos, lixos domésticos, animais mortos despejados em terrenos público e particulares, assoreamento nas margens e leitos dos córregos Pouso do Meio e Mutuca impediram o escoamento da água da chuva provocando transbordamento dos córregos na tarde desta quarta-feira. “Moro aqui há 51 anos e esta imagem para mim é inédita e não tenho nem idéia o que possa ter acontecido para a água subir desta forma. Não sei se foi alguma represa que estourou ou alguma manilha que entupiu”, disse Rosimeire Donato que mora próximo às margem do córrego Mutuca.
A funcionária Pública, Patrícia Pinheiro, por pouco não teve o seu carro arrastado pela enxurrada quando ela retornava do trabalho. “A chuva estava muito forte e quanto eu vi já estava no meio da pista e o carro morreu e eu desliguei a partida. Quando eu vi não tinha como retornar”, explicou.
O problema do esgoto dos comércios e das residências que ficam as margens do córrego Mutuca foi relatado por moradores. “O córrego não tem muita vazão e os esgotos das casas e comércios vão parar dentro do Mutuca. Há dois meses a Prefeitura tapou os canos de esgotos que saem dos comércios e das casas e logo após a saída dos funcionários da prefeitura eles foram lá tiraram os concretos da boca dos canos. A prefeitura tem sua falha por não oferecer rede de esgoto, mas nem por isso os moradores podem jogar todo o dejeto e entulho para dentro do córrego”, disse Antônio, proprietário de um quiosque no Parque Mutuca.
De acordo com o idoso, Bibiano Sansão dos Santos, 80 anos, que mora há mais de 20 anos no setor União V neste ano foi a primeira vez que a água da chuva entrou em sua residência. “Neste ano foi a primeira vez e quase a água tomou conta da casa. Tivemos que usar dois rodos para tirar a água de dentro da casa”. Ele afirmou ainda que o leito original do córrego foi desviado há algum tempo pela Prefeitura a que agora o sua casa encontra-se em uma APP.
Em nota a Prefeitura se posicionou ao Portal Atitude sobre transbordamento nos córregos Mutuca e Pouso do Meio. “Técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura foram enviados aos locais afetados para estudarem a melhor forma de se resolver o problema”, afirmou.
Esgoto da CPP
Outro problema enfrentado pelos moradores do Setor União V trata-se do esgoto da Casa de Prisão Provisória, subordinada a Secretaria de Segurança Pública, que corre a céu aberto e causa risco à saúde da comunidade. “O mal cheiro é horrível, sem falar a contaminação da água e de noite fica insuportável com estes canos estourados. Por várias vezes eu vi crianças brincando dentro desta água e elas não sabem de nada do que está acontecendo. Piora ainda mais quando chove como aconteceu hoje”, disse o Supervisor de um Posto do Combustível, Antônio da Cruz. Ele informou ainda o problema vem se arrastando há mais de três anos na justiça. No início deste ano, o juiz de Execuções Penais, Ademar Alves de Souza acolheu o pedido do Ministério Público e interditou parcialmente a CPP. A restauração do sistema de esgoto da CPP foi um dos motivos da decisão do Juiz que foi negada pelo Tribunal de Justiça.
O empresário Cesar Rodrigues Soares afirmou ao Portal Atitude que há três meses está sendo obrigado a deixar seu veículo na casa de um parente devido ao buraco que a tubulação de esgoto provocou em frente a sua residência. “Há mais de dois meses que a vala está aberta e por isso tenho que deixar o automóvel fora de casa porque não tenho como entrar na minha própria casa. Antes o esgoto da CPP corria a céu aberto e depois fizeram a canalização do esgoto para o córrego Mutuca. Só que o cano estoura o esgoto corre pela rua”, denunciou o comerciante.
Lixo Pouso do Meio
Os moradores do Jardim da Luz que vivem próximo ao córrego Pouso do Meio revivem a cada chuva o problema do lixo residenciais, entulhos e até animais mortos deixados às margens do córrego. Segundo o Coordenador Municipal de Postura, David Henrique Garcia, os dejetos são, na sua maioria, deixados pelos carroceiros. “Já ficamos de plantão para flagrarmos as pessoas jogando lixo; mas, até agora, não conseguimos. Nós imaginamos que sejam os carroceiros que atuam no Centro da cidade e que não procuram o aterro sanitário”, disse Garcia. Ele informou ainda que a Prefeitura “ainda não definiu o local para os carroceiros nas proximidades do centro da Cidade”, tendo em vista a distância do Aterro Sanitário.