Mozair Figueiredo, 58 anos, coleciona mais de três mil discos de vinil que retratam em suas capas estilos musicais, comportamentos, tendências de modas como cortes de cabelos e roupas usadas nas últimas quatro décadas. “Naquela época os caras compravam um vinil e chagavam nas casas deles colocava na vitrola e levantavam mais de 10 vezes para repetir as músicas, enquanto hoje tudo é no controle remoto e o povo está preguiçoso e fica só zapeando”, lembra Mozair.
por Wesley Silas
Em época de aplicativos que oferecem aos usuários sugerirem músicas ou criarem e compartilharem suas playlists de acordo com seus gostos, no centro de Gurupi há um cantinho analógico, onde recompensa dar uma parada na correria do mundo contemporâneo e na luta contra o tempo, para perceber grande riqueza cultural. São exemplares de vitrolas, discos de vinil, fitas cassetes para evolução dos CDs, DVDs para o Pen drive capaz de armazenar a mesma ou até mesmo mais da quantidade de todo acervo dos três mil discos de vinil colecionado por Mozair Figueiredo.
“Comecei na Avenida Pará e depois comprei este ponto na Avenida Goiás onde permaneço até hoje. Naquele tempo a fita cassete e o vinil era sucesso que guardo estas relíquias até hoje. Ás vezes chego a vender alguma fita cassete”, disse Mozair Figueiredo.
Ele lembra que quando começou havia em seu comércio cabines com fone de ouvido para que as pessoas ouvissem os discos de vinil e escolhessem as músicas para gravar em fitas cassetes, depois ele acompanhou a transição para o CD que, praticamente, encontra-se no final da vida e agora o lucro maior da sua loja estar em gravar pen drive.
“Os discos de vinil são relíquias e eu guardo para que as pessoas possam ver e recordar. Inclusive tem aparecido estudantes para ver os trajes que os cantores usavam e toda história para fazer igual (em festa à Fantasia). Isso é história e eu tenho mais de 3 mil vinil aqui e em minha casa”, disse.
A história de Mozair Figueiredo acontece num momento em que muitas pessoas apostam num nicho mercado com objetos palpáveis e reais para conservar o velho analógico. Para Mozair algumas pessoas têm procurado têm comparecido no seu comércio, apenas para relembrar a história.
“Tem gente que vem de longe e ver o Silveira e Silveirinha, o Zeca Camargo quando começou e era Zazá e Zezé. As pessoas bate fotos e ver os cantores e o pessoal das antigas gostam muito”, disse.
Nos 40 anos de história na comercialização de vinil, ele lembra algumas tendências musicais e comportamentais dos gurupineses que se dividem em suas prateleiras desde o rock dos anos 80, MPB e músicas sertanejas.
“As duplas que mais venderam foram Milionário e José Rico, Tião Carreiro que toda vida são sucesso. Tem também o Roberto Carlos nos finais de anos. Naquela época os caras compravam um vinil e chagavam nas casas deles colocava na vitrola e levantavam mais de 10 vezes para repetir as músicas, enquanto hoje tudo é no controle remoto e o povo está preguiçoso e fica só zapeando” disse.