Para entender uma pouco da falta de chuva e do calor deste ano que nesta segunda-feira, 23, chegou a 41ºC, o Portal Atitude ouviu o Meteorologista Luiz Cabral, da Unitins. Ele falou sobre a demora das chuvas e aproveitou para alertar sobre a baixa umidade do ar na região, como Peixe (TO), que chegou a 11% no domingo. Enquanto, nas ruas o conhecimento empírico vai na mesma direção do científico. “Na minha experiência nordestina, o mês de novembro vai seco também e eu faço minha avaliação na lua nova”, disse o vendedor ambulante, Miguel Pereira, que mora em Gurupi há 22 anos em Gurupi.
por Wesley Silas
No dia 23 de dezembro de 1953, o escritor Roberto José Ribeiro, mais conhecido como Professor Robertão, chegou a Gurupi e, segundo ele nunca viu uma seca e tanto calor como está acontecendo neste ano.
“Quando nós chegamos aqui em que tudo era mata e o cerrado era preservado, nos meses de maio, junho e julho fazia frio, depois com o crescimento da cidade, desmatamento do cerrado, a seca das fontes, córregos ribeirões e com o asfalto esquentou muito e com a diminuição das chuvas devido a mão do homem na natureza a temperatura. Parece aquela coisa de Camões, ou o céu desceu ou a terra subiu. Os outros anos foram quentes, mas este ano está ganhando e antes no dia 07 de setembro quando a gente fazia desfile a gente chegava em casa molhado”, disse Robertão.
A falta de chuva e o calor é preocupante e, para os moradores mais antigos, como o professor Robertão, não há registro na história de Gurupi. Nesta segunda-feira, 23, o INMET registrou máxima de 41ºC e mínima de 23ºC, com umidade variando entre 15% a 41%.
Diante as previsões negativas, o Meteorologista Luiz Cabral, aleta os moradores da região sul do Tocantins sobre a baixa umidade do ar.
“Enquanto as chuvas não vierem para ficar, eu quero chamar atenção para os baixos índices de umidade relativa do ar, que ontem chegou a 11% nos municípios de Paranã e Peixe”, disse.
Outra notícia negativa são as previsões para os próximos meses. Ele explica anda que apesar das chuvas pontuais nas últimas semanas, a região sul estava há mais de 150 dias sem chuvas e com temperatura alta.
“Outro fato é que a climatologia para o trimestre outubro, novembro e dezembro apontam para chuvas abaixo do “normal” que já atrasaram o início e sua regularidade e sua distribuição”, disse.
De acordo com o meteorologista há vários fatores que favorecem o clima na região.
“Vários são os fatores atmosféricos. Um grande centro de alta pressão tem inibido a entrada de umidade na região mais central do Brasil e rajadas de ventos foram registradas nestes últimos dias, por conta de um grande sistema na costa”, disse.
O conhecimento popular mostra também previsões parecidas com a cientifica. Para o nordestino, Miguel Pereira, morador de Gurupi há 22 anos, não há boas previsões para os próximos meses.
“Ainda não tinha visto uma seca como esta em Gurupi, muito ofensivo para a saúde e também para criação de animais e muitas outras coisas. Na minha experiência nordestina que tenho, o mês de novembro vai seco. Eu faço minha avaliação na lua nova porque se ela estiver pendida para o lado norte tem chuva e se ela aparecer igual não tem”, disse o nordestino.