Tutal Avá-canoeiro e sua família viviam de favor na aldeia Kanuanã na Ilha do Bananal, no município de Formoso do Araguaia. O corpo dele vai ser velado e enterrado na aldeia kanuanã.
O índio Tutal Avá-canoeiro, era o mais velho de um grupo de índios que ainda sobrevivem de favor na aldeia Canoanã, no município de Formoso do Araguaia.
![Tutal-5-300x182 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro Tutal-5-300x182 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Tutal-5-300x182.jpg)
Conforme foi divulgado por este portal, em fevereiro deste ano ele chegou a ser submetido a uma cirurgia neurológica para retirada de um tumor no cérebro e, apesar da gravidade, não teve assistência, como deveria, da Casa de Saúde Indígena de Gurupi (CASAI), e simpatizantes da causa tiveram que fazer uma campanha para arrecadar fraldas geriátrica.
Os avá-canoeiros
![Tutal-3-300x200 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro Tutal-3-300x200 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Tutal-3-300x200.jpg)
No artigo Os avá-canoeiro do Araguaia hoje: uma perspectiva de futuro, a antropóloga Patrícia Mendonça, esclarece que os avá-canoeiro ficaram conhecidos como um povo que resistiu ao colonizador, recusando-se a estabelecer contato pacífico. A perseguição e o extermínio da maioria levaram à sua dispersão e fragmentação em dois grupos. Apesar de eventuais confrontos, uma utilização diferenciada dos recursos naturais permitiu a convivência de um desses grupos, em um mesmo território, com os inimigos históricos javaé, pescadores e agricultores que se utilizavam preferencialmente das lagoas e rios. Devido à intensa perseguição, os avá-canoeiro se movimentavam mais no espaço e haviam abandonado a agricultura, tornando-se coletores e caçadores. Por questões de segurança, priorizavam as matas dos terrenos mais elevados entre os cursos d’água.
Após décadas de violências fomentadas pela sociedade regional e pelo Estado e convivência forçada e inferiorizada em território de etnia rival, a situação dos avá-canoeiro é considerada dramática. Apesar das severas condições alimentares terem sido relativamente atenuadas com o recebimento de aposentadorias e recursos de programas assistenciais nos últimos anos, sua marginalização social é reforçada de vários modos, um deles o não atendimento de seus pleitos em condições de igualdade com outros grupos étnicos.
![Tutal-4 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro Tutal-4 Morre o índio mais velho da tribo Avá Canoeiro](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2015/06/Tutal-4.jpg)
Os sobreviventes do primeiro contato são apenas três pessoas, mas um grupo de descendentes que continuou se reproduzindo com índios javaé, tuxa e karajá soma hoje cerca de 20 pessoas. Apesar do forte contexto de discriminação, o grupo está em expansão, se autoidentifica como avá-canoeiro e mantém a língua de origem tupi-guarani viva, além de importantes conceitos e práticas culturais que os diferenciam de outras etnias indígenas e dos não índios. (Com informações do MPF).