A história de Gurupi foi feita por homens e mulheres que desbravam uma região, praticamente inóspita sem o conforto de energia elétrica, sem saúde pública, sem comunicação e a diversão das crianças era quando passava um veículo automotor em meio a poeira. Um exemplo da construção desta cidade é o casal Aureliano Sabino dos Reis (nascido em 1.895) e Tereza Pereira Aguiar (nascida em 1.906) responsáveis pelo plantio dos buritis que hoje ornamenta e dá qualidade de vida aos frequentadores do Parque Mutuca. “Quando plantamos as mudas de buritis a lama do Mutuca dava na nossa cintura, com o passar dos anos os buritis cresceram e se espalhou pelo Mutuca”, lembra Coronel Aguiar, 75 anos, da história dos buritis que neste ano completou 58 anos.
por Wesley Silas
No ano de 1959 o casal Aureliano Sabino dos Reis e Tereza Pereira Aguiar moravam na fazenda Angical, localizada a 42 km de Gurupi no município de Dueré. Como não tinha escola e muito menos transporte escolar, Aurelino e Tereza compraram um terreno localizado entre a Rua 21-A – hoje Rua Tereza Pereira Aguiar – estendendo até às margens do Córrego Mutuca onde construíram uma casa para que seus filhos Nelson dos Reis Aguiar, conhecido como coronel Aguiar, Sebastião, Deuzina e Conceição pudessem estudar.
De acordo com o Coronel Aguiar o plantio das primeiras mudas de buritis do Mutuca aconteceu no ano de 1962 pela sua família.
“Minha mãe ficou em Gurupi com a meninada para estudar e o meu pai na fazenda. Quando foi um dia a minha mãe me pediu para ir buscar o meu pai na fazenda Angical. Eu peguei a bicicleta e vazei para lá e ao chegar na fazenda falei para o meu pai que minha mãe tinha pedido para ele ir para Gurupi. Ele tomou um banho e pediu para levarmos várias mudas de buritis para plantar no Mutuca. Nós morávamos onde é o boteco do Gilson na esquina da Avenida Maranhão com a Rua 20. Quando plantamos as mudas de buritis a lama do Mutuca dava na cintura, com o passar dos anos os buritis cresceram e se espalhou pelo Mutuca, onde hoje é o Parque Mutuca”, lembra o coronel Aguiar. “O resultado é esse que podemos ver todos os dias no trecho entre as Avenidas Maranhão e Piauí”, completou o pioneiro ao reviver um pouco da história da cidade carente da valorização de sua identidade cultural onde não existe nenhum local que possa reunir os descendentes de seus pioneiros, como aconteceu com os gaúchos que chegaram em Gurupi na década de 1980, se organizaram e com fortes vínculos na aculturação deste povo criaram o Centro de Tradição Gaúcha, Querência do Norte, onde valorizam suas tradições culturais.