Não é só em Gurupi, o fenômeno do sertanejo e do sub-funk no carnaval tem ocupado espaço em todo Brasil e, até mesmo no carnaval de Salvador (BA). Nesta onda onde os hits do carnaval promete dividir entre o estilos, aliás letras musicais, pioradas para que presenciou outros carnavais.
por Wesley Silas
A música “Nos Bailes da Vida”, o cantor Milton Nascimento diz que: “Não importando se quem pagou quis ouvir […] Todo artista tem de ir aonde o povo está”. Apesar de Milton Nascimento ser reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da Música Popular Brasileira, a realidade da qualidade musical dos gostos dos brasileiros é motivo de chacota por promover músicas como a ‘Que tiro foi esse’, da funkeira Jojo Todynho, considerada pelo Ministério Público de Estado de Alagoas como música imprópria que não deve ser executada no carnaval deste ano.
Mas, voltando à realidade de Gurupi (TO), o gosto musical do folião do século XXI é atendido em “ipsis litteris´ e a programação segue a exemplo do que ocorre em todo país. Para o leitor ter uma noção, no carnaval de saiu do Clube Recreativo Araguaia, conforme relata o documentário Gurupi or Not, Gurupi, de Hélio Brito, (veja abaixo) depois cresceu nas ruas e, em 2002 preencheram o circuito da folia os blocos Enigmáticos, Aloha, Os Pifados, Kracatoa, Só Filé, Tropalôka, Perdidos na Folia, Ecológia, Os Indedentes, Kay Aky, AGA, Turma do Esquinão, Só tem Tam Tam e os destaques foram os shows das bandas de axé É o than e Gang do Samba com a presença da Globeleza Valéria Valença, com direito a banho de espuma e show pirotécnico. Passados 15 anos, os gostos continuam mudaando e o ritmo “(a)sertanejou” e, assim como em muitas cidades do Tocantins, as atrações serão Hugo & Guilherme, Israel & Rodolfo, Mano Walter que animará os foliões com músicas a exemplo de ‘Não Deixo Não’ que na letra diz: “Ela me fez comprar um carro. Logo eu, que amava o meu cavalo. Ela me fez vender meu gado” e o forró da banda Calcinha Preta.
“Mais o povo gosta é disso! Tinha mais um… (axé), mas a rede hoteleira sugeriu o forró do Calcinha Preta! Atendemos! Ano passado trouxemos um samba “SPC” e ninguém gostou! Vocês poderiam ouvir os representantes da rede hoteleira”, disse uma servidora da Secretária de Cultura.
Segundo o conselho, a reportagem buscou a opinião de duas representantes da rede hoteleira.
“Minha sugestão é que se tenha uma banda de axé, uma de rock e outra de sertanejo. O carnaval de hoje em dia não cabe mais só músicas s carnaval. Uma banda de marchinhas para os saudosistas não faz mal a ninguém também”, disse Keila Poletto.
Outra representante de um hotel tradicional de Gurupi também comentou sobre a mudança do gosto musical do folião.
“O carnaval tinha perdido força há anos atrás e agora a cidade está tentando voltar e estar no caminho certo. O melhor para nós do setor hoteleiro é um carnaval com bandas que o público goste e atraia pessoas de toda região. As bandas escolhidas eu acho que atrairá público sim”, considerou Lúcia Rogéria.
No entanto as opiniões dividem. Para o jornalista Jarbas Coutinho, a festa decaiu em Gurupi com o surgimento de blocos ”empresa”.
“O Carnaval de Gurupi decaiu a partir do surgimentos dos blocos/empresas e a conivência do poder público. Com isso as pessoas passaram a migrar dos pequenos blocos de amigos e famílias para os grandes blocos, que visam apenas o dinheiro. É que fica muito mais em conta pagar para brincar as cinco noites em um bloco empresa, que organizar um bloco familiar, que não conta com ajuda da prefeitura”.
Mas, para alegria dos mais saudosistas há ainda grupo de pessoas que buscam resgatar o carnaval raiz, a exemplo do novo bloco, Los Compadres, que estará resistindo as mudanças, juntamente com os blocos Os Pifados, Os Metralhas, Pega Pra Capá e Os Enforcados