Assim como o exemplo do abandono da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) criada com a finalidade de funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana para resolver grande parte das urgências e emergências, outros municípios que margeiam da BR-153 mostram exemplos, não só na saúde, como as Agroindústrias construídas para incentivos da agricultura família, estampadas nas entradas de cidades como Figueirópolis, Cariri e Gurupi, que não deram certo e agora encontram-se em ruínas. “Só depois que este levantamento estiver pronto que eles vão saber qual será o destino da UPA”, explica a gestora do Fundo Municipal de Saúde de Crixás, Erika Ferreira Carvalho, sobre a UPA.
por Wesley Silas
O trajeto da BR-153 no Tocantins é uma vitrine de obras, elefantes brancos, públicas e privadas inacabadas custeados com recursos do governo federal e, no caso da iniciativa privada, muitas delas custeadas por política de incentivos fiscais concedidas através da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) ou pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); ou seja, são obras mal planejadas e ano após anos não só a estrutura física e equipamento, como também o dinheiro público estão sendo corroídos com o tempo, descasos e indícios de corrupção.
Inaugurada em 2012,a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Crixás, construída na gestão de ex-prefeito Silvânio Machado, seria para atender 150 pessoas por dia. Informações levantadas pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Crixás, na gestão seguinte (2013/2016), do ex-prefeito Gean do Abdon, a unidade recebeu uma emenda parlamentar do deputado Federal Irajá Abreu (PSD) no valor de R$ 545 mil para que pudesse ser equipada e funcionar com eficácia e eficiência. Segundo o governo Federal, as UPAs têm o objetivo de ajudar a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, como os Regionais instalados nas principais cidades do Estado e o Geral de Palmas.
Mesmo com a chave do município, o prefeito Ivânio Machado Rocha (PPS), diz que ainda não teve acesso ao banco de dados as informações sobre a situação da UPA, que encontra-se em estado de abandono, com equipamentos caríssimos parados e na parte física portas danificadas, janelas quebradas, dentre outras irregularidades.
Segundo a Gestora do Fundo Municipal de Saúde, “Erika Ferreira Carvalho”,existem várias irregularidades; mas, que já foram tomadas as providências cabíveis, como instauração de uma auditoria para levantar o material comprado, via licitação, para a UPA funcionar.
Ela informou a reportagem do Portal Atitude que esteve em Palmas e comunicou a situação para órgãos de fiscalização, como Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Pública da União (MPU) e Tribunal de Contas da União (TCU) que orientou a gestora a fazer um relatório com fotos, vídeos, notas fiscais pagas, extrato bancário; enfim, fazer um levantamento geral para apresentar aos órgãos para tomarem as providencias.
“Só depois que este levantamento estiver pronto que vamos saber qual será o destino da UPA”, disse a Erika Carvallho. Segundo ela dentro de 30 dais o relatório deverá está pronto.
Em agosto de 2015, a então diretora administrativa da UPA, Neirijane Marinho, falou ao Portal Atitude que na época a unidade tinha sido vistoriada por uma equipe técnica do Ministério da Saúde. “Os técnicos analisaram a parte documental do projeto e atestaram que a unidade está habilitada na parte estrutural”, disse Neirijane quando tentava fechar uma parceria com os municípios de Aliança do Tocantins, Fátima, Santa Rita e Oliveira de Fátima para funcionamento da UPA.
O prefeito Ivânio Machado considera que auditoria é muito importante para o município saber a situação do futura da UPA. “Com a auditoria em mãos, poderemos arquitetar estratégias para corrigir as irregularidades na área de saúde”, disse. Segundo ele a meta deste início de gestão será buscar recursos junto aos Governos Federal e Estadual. “Nesse primeiro momento o principal objetivo é correr atrás de recurso para colocar casa em ordem e pagar as dividas”.