Faltando um pouco mais de 20 dias para o início da Expo/Gurupi, na Sessão desta terça-feira, 04, o vereador Eduardo Fortes (PSDB) pediu providências à Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) a liberação de cavalgada em Gurupi. Confira o posicionamento da Agência sobre a restrição de aglomeração de equídeos na região.
por Wesley Silas
“Hoje eu fiz um pronunciamento na Câmara sobre a cavalgada de Gurupi, que infelizmente mais uma vez, devido ao problema do Mormo cidades como Gurupi e Formoso serão prejudicadas novamente. A Adapec poderia ter tomado providências e ter feito o controle desta doença porque se ela tivesse colocado sua equipe para controlar o foco este problema já teria sido extinto na região sul do Tocantins”, disse o vereador Eduardo Forte em entrevista ao Portal Atitude logo após a Sessão.
O vereador, que também é veterinário, afirmou ainda que no Tocantins não tem nenhum laboratório para fazer diagnosticar o Mormo.
“Infelizmente hoje no Estado do Tocantins não tem um único laboratório de Mormo, sendo o único que tinha foi fechado pelo Estado e hoje para fazer qualquer exame de Mormo tem que ser encaminhado para fora do Estado”, disse.
O vereador considerou ainda que eventos como cavalgada e vaquejada são importantes para aquecer a economia da cidade.
“No caso do cavalgada, muita gente fica esperando por meses este evento e temos várias comitivas que estão organizadas dentro de Gurupi e não ter novamente a cavalgada é um choque para todos. Queria saber os motivos que na região Sul não pode, enquanto em Araguaína e Paraíso do Tocantins podem ter cavalgada. Será que há alguma coisa política e é isso que nós queremos saber”, questionou.
O presidente da Câmara, Valdônio Rodrigues, lembrou os prejuízos que o comércio teve em 2016 com a não realização da cavalgada e das vaquejadas. Além de vereador Valdônio também é criador de cavalos para vaquejadas.
“Eu acho que está faltando interesse da Adapec e nós estamos tendo prejuízo pois existem muitas pessoas que se preparam, antecipadamente, por seis meses para participar da cavalgada comprando equipamentos para os animais como selas, arreios e vestuário”, disse.
“Nós queremos que a Adapec nos traga uma solução, pois sabemos que foram executados alguns animais com mormo na região, enquanto outros após a Adapec afirmar que os animais estavam infectados, os proprietários fizeram exames que comprovaram que os animais estavam sadios. Nós entendemos que há um problema de saúde, mas queremos uma solução e não podemos passar dois ou três anos bloqueados de fazer um evento aqui na região por falta de agilidade do órgão competente de fiscalizar”, concluiu o vereador.
O que diz a Adapec
Em nota ao Portal Atitude, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), informou que o órgão está cumprindo uma determinação judicial para restrição de aglomeração de equídeos no município de Gurupi.
“Pontua que o Mormo é uma zoonose, infectocontagiosa, cuja letalidade em humanos é alta, e a infecção humana ocorre por contato com secreções por via de penetração da pele, mucosa nasal e ocular”, infomou.
Esclareceu ainda que a zoonose “pode ser transmita de um animal para o outro por meio da ingestão de alimentos (ração, feno, volumoso) ou água, compartilhados por vários equídeos (contaminados e sadios), através de descargas do trato respiratório ou lesões de pele ulcerada de animais infectados, salienta-se que principalmente em aglomerações o risco de contaminação dos animais é maior devido a esta prática ser comum”.
Medidas para sanear os focos. Sobre a alegação dos vereadores sobre a falta de acompanhamento da Agência no controle do Mormo, ela informou que desde junho de 2015 atua no controle do trânsito de equídeos na região sul, nos municípios onde foram confirmados a doença e naqueles limítrofes aos focos, além de proceder à investigação de vínculos epidemiológicos, com objetivo de impedir a disseminação da enfermidade.
“Foram realizados de 1.671 exames, sendo realizada um trabalho de educação sanitária junto à população, com 292 palestras sobre a doença para um público de 5.950 pessoas. Informamos ainda que das propriedades focos, seis já foram liberadas”, disse.
Fechamento de laboratório. Segundo a Adapec o laboratório que existia não realizava exames de Mormo apenas de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e foi fechado porque os preços cobrados eram muito inferiores aos práticos pelos laboratórios da inciativa privada, com isso, não tinha condições de competir e estava causando prejuízos aos cofres públicos..
“O município de Gurupi não ficou desassistindo da realização de exames para AIE porque existe na cidade laboratórios que realizam este tipo de exames. É importante ressaltar que não existe no Tocantins nenhum laboratório público ou privado que realize exames de Mormo. Todas as amostras seguem para laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura, em Brasília, Belém ou São Luiz que são os mais próximos do Tocantins”, infomou.
Segue abaixo a íntegra da nota:
Nota
Veículo: Portal Atitude
Assunto: Controle do Mormo
Sobre solicitação feita por este veículo de comunicação, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) esclarece que em relação à restrição de aglomeração de equídeos no município de Gurupi, que o órgão está cumprindo uma determinação judicial, conforme processo nº 0004119-03.2016.827.2722 da Comarca de Gurupi.
Pontua que o Mormo é uma zoonose, infectocontagiosa, cuja letalidade em humanos é alta, e a infecção humana ocorre por contato com secreções por via de penetração da pele, mucosa nasal e ocular.
Além disso, pode ser transmita de um animal para o outro por meio da ingestão de alimentos (ração, feno, volumoso) ou água, compartilhados por vários equídeos (contaminados e sadios), através de descargas do trato respiratório ou lesões de pele ulcerada de animais infectados, salienta-se que principalmente em aglomerações o risco de contaminação dos animais é maior devido a esta prática ser comum.
Comprometida com a sanidade do rebanho de equídeos do Tocantins, a Adapec vem desde junho de 2015, realizando as medidas necessárias para sanear os focos e controlar o trânsito de equídeos na região sul, nos municípios onde foram confirmados a doença e naqueles limítrofes aos focos, além de proceder à investigação de vínculos epidemiológicos, com objetivo de impedir a disseminação da enfermidade foram realizados de 1.671 exames, sendo realizada um trabalho de educação sanitária junto à população, com 292 palestras sobre a doença para um público de 5.950 pessoas. Informamos ainda que das propriedades focos, seis já foram liberadas.
Sobre fechamento de laboratório, informamos que o mesmo não realizava exames de Mormo, apenas de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e foi fechado porque os preços cobrados eram muito inferiores aos práticos pelos laboratórios da inciativa privada e por isso, não tinha condições de competir e estava causando prejuízos aos cofres públicos. O município de Gurupi não ficou desassistindo da realização de exames para AIE porque existe na cidade laboratórios que realizam este tipo de exames. É importante ressaltar que não existe no Tocantins nenhum laboratório público ou privado que realize exames de Mormo. Todas as amostras seguem para laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura, em Brasília, Belém ou São Luiz que são os mais próximos do Tocantins.