Por Wesley Silas
Atiradores representando todos os estados do Brasil estiveram neste final de semana em Gurupi para participarem da II Etapa do XXVIII Campeonato Brasileiro de IPSC 2015, considerada a primeira competição deste porte realizado em uma cidade do interior do País. Dentre os participantes estavam da elite do esporte no Brasil, dentre elas o Diretor de Arbitragem da NROI-Brasil, José Carlos Belino, o Campeão Mundial Standard Sênior IPSC, Lucimar Domingues, o Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Prático, Demetrius Oliveira e o presidente da Federação de Tiro Prático do Tocantins, Márcio Gaviolle.

De acordo com um dos organizadores do evento, Leonardo Ribas, o campeonato atraiu cerca de 120 atletas de todas as regiões do País e o projeto apresentado pelo Clube do Tiro Esportivo de Gurupi concorreu com 150 clubes do Brasil. “É um peso importantíssimo para a nossa cidade, haja vista que nós temos alguns campeões mundiais que estão atirando conosco e temos atletas de todos os Estados do Brasil. Isso mostra para o País que nós temos união e organização para conseguir um evento deste tamanho”, disse Ribas que aproveitou para agradecer os apoiadores do evento. “Tivemos um apoio incondicional da Secretaria de Esporte da Prefeitura de Gurupi porque para conseguir apresentar um projeto para que ele fosse avaliado pela Confederação Brasileira nós tínhamos que ter um respaldo da nossa cidade e isso foi feito”, acrescentou.

Dentre os competidores estava, Lucimar Domingues, campeão no Mundial de IPSC 2011 na modalidade Standard Sênior na competição que aconteceu na Grécia.
“Foram 15 anos para conseguir chegar lá em um esporte muito competitivo. Se no Brasil é difícil, imagina a nível mundial. Por isso necessita muita dedicação, esforço e empenho. A nossa maior dificuldade, como a maioria dos esportes, é a falta de patrocínio que é o alvo mais difícil de se acertar”, disse Domingues.
O campeão mundial aproveitou para dar uma dica às pessoas que têm afinidade com o esporte e queiram participar. “É um esporte envolvente e seguro. A pessoa deve começar com um calibre mais suave e mais light que é o 380 – um calibre permitido e não é restrito. Se pegar gosto pelo esporte, daí sim, ela passaria para outra categoria com calibre um pouco mais forte. Tem que ter dedicação, empenho e treinamento”, explicou.
O Diretor de Arbitragem da NROI-Brasil, José Carlos Belino, considerado no meio como uma das pessoas que mais conhece o esporte no mundo defendeu que apesar de ser uma competição com previsão de mais de 35 mil tiros, o esporte é um dos mais seguros do mundo.

“Nossa primeira preocupação sempre é a segurança do competidor e a segunda é dar assistências ao competidor para que ele tenha uma boa prova e se sinta bem e consiga desempenhar o melhor de si como atleta”, disse Belino.
Belino explicou ainda como funciona a dinâmica da competição e envolve disciplina, alvo, tempo e pontuação.
“Nós temos um alvo que é divido em zonas e cada zona tem uma pontuação. Normalmente, nós temos três áreas de pontuação em um alvo e quem consegue fazer mais ponto em menos tempo é que ganha a prova. A distancia varia entre três a quatro metro até 50 metros. É testada a habilidade dos competidores em várias situações diferentes e não é parado, mas dinâmico e em movimento”, explicou.
O arbitro aproveitou para fazer suas considerações sobre as pistas montadas no Clube do Tiro de Gurupi. “As pistas são muito boas, estamos tendo uma boa organização e o pessoal aqui foi muito competente na montagem. Está em um nível muito elevado e toda estrutura está excelente porque foi muito bem feito”, elogiou.

Dentre as poucas mulheres que estavam competido, estava a Policial Militar, Juliana Lopes da Silva, que saiu de Santa Catarina para Gurupi (TO) para concorrer na categoria Light Damas e se arriscar entre os homens no ranking geral da competição, conhecido como Over Roll.
“A gente está quebrando preconceitos que às vezes saem das próprias mulheres que não se julgam capazes de competir no meio de tantos homens, talvez por se sentirem intimidadas, mas a presença da mulher é um pouco acanhada nos campeonatos”, disse a policial militar.
Para Julina, o fato de ela ser Policial influenciou no gosto pelo esporte. “Como policial é importante participar de campeonatos como este porque o tiro mais dinâmico nos ajuda em situações de tiro real em combates em ambientes perigosos. Eu particularmente adoro tiro devido ser um esporte que desestressa e a disciplina que envolve este esporte você leva para a vida”, explicou.

Outro nome de peso do tiro prático que esteve em Gurupi é o do Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Prático (CBTP), Demetrius Oliveira. Ao Portal Atitude ele explicou como funcionam as modalidades do esporte. “O tiro prático é a união de várias modalidades esportivas, dentre elas existe a que estamos disputando em Gurupi que chama IPSC Rend Gun, que é arma curta, e dentro desta modalidade nós temos as divisões que são Open, Stand, Production, Revólver e Classic. Dentro de cada uma destas divisões nós temos as categorias que é overall, que vai da idade acima de 18 anos até 50, Júnior abaixo de 18, super sênior acima de 50, sênior acima de 61 e as Damas”, explicou.

Durante a visita ao Clube do Tiro o Municipal de Secretário de Esporte de Gurupi, Sérgio Vieira Marques, o Soró, falou da importância de colocar a cidade no calendário nacional do Tiro Esportivo e dos resultados que a cidade ganha. “A prefeitura entrou com o apoio necessário e hoje está colhendo bons frutos. São mais de 120 atletas que, conforme foi dito aqui, trouxeram suas família e deixar na cidade mais de R$ 200 mil em hotelaria e restaurantes. Outro ponto positivo é que muitos deles são empresários fortes que atuam em diversas regiões do país que agora puderam conhecer o nosso município e o nosso Estado”, disse Soró.
Ele também fez considerou a estrutura montada no Clube do Tiro em Gurupi. “É um estrutura muito boa e o clube está de parabéns pois tem uma boa instalação e não fica devendo nada a ninguém”, considerou.
O presidente da Federação de Tiro Prático do Tocantins, Marcio Gaviolle, lembrou que foi a primeira vez que uma cidade do interior sediou uma etapa do Campeonato Brasileiro. “Para nós é importante divulgarmos o nosso Estado e as cidades que têm capacidade de sediar os eventos. Vejo que em Gurupi foi montada uma estrutura nota 10 e está de parabéns a cidade e o Clube de Tiro”, explicou.

Junto com os atiradores alguns empresários que atuam na venda de acessórios para armas aproveitaram para comercializar seus produtos. Dentre eles o atirador Kennedy Kubitschek, que entrou no esporte no ano 2000 e agora, além de participar, vende seus produtos aos competidores.
“Sou atirador e comecei no ano 2000 e vendo a necessidade do atleta consegui algum tipo de acessório para melhorar o seu desempenho. Desde então, comecei adquirir os produtos e trazer às provas e hoje eu acompanho o pessoal no Brasil todo participando do tiro e também vendendo alguns acessórios. Para mim o tiro é uma irmandade porque conhecemos pessoas do Brasil todo e nos tornamos parceiros fazendo aquela amizade gostosa e bacana quando nós encontramos é uma festa como esta”, concluiu Kubitschek.
Confira galeria de imagens do evento:
Confira AQUI o resultado da II Etapa do XXVIII Campeonato Brasileiro de IPSC 2015