Por Redação
O real tem se destacado negativamente ao se tornar a moeda emergente de pior desempenho em 2024, superando o peso argentino. Nos seis primeiros meses do ano, a moeda brasileira registrou uma desvalorização de 10,54% frente ao dólar. Especialistas apontam que a principal razão para isso é a saída de capital estrangeiro do Brasil, motivada pelo risco fiscal.
Em janeiro, o dólar era cotado a R$ 4,85 e, desde então, subiu para R$ 5,42, refletindo a insegurança em torno das finanças públicas nacionais. Embora tenha havido um aumento na arrecadação recente, o crescimento das despesas públicas tem sido ainda mais significativo, incentivando a fuga de capital estrangeiro. Até abril, a bolsa brasileira contabilizou uma saída líquida de US$ 21 bilhões (R$ 114 bilhões), configurando o segundo pior registro desde 1982, segundo dados do Banco Central.
“O risco fiscal segue elevado, diante da dificuldade do forte crescimento de despesas obrigatórias e dos limites para a expansão das receitas”, consta no relatório de macroeconomia do Itaú.
Além do risco fiscal interno, a política monetária dos Estados Unidos também desempenha um papel crucial na saída de capital estrangeiro. Taxas de juros mais altas nos EUA tornam os ativos norte-americanos mais atraentes e seguros para investidores globais.
“No Brasil, temos um cenário desafiador diante de uma política econômica incerta, somado aos impactos da política monetária dos EUA”, comenta Ana Debiazi, CEO da Leonora Ventures. “Com expectativas de taxa de juros ainda em patamares mais altos que o normal, os investidores podem obter retornos atrativos sem necessitarem correr riscos adicionais.”
Confira as maiores quedas das moedas emergentes frente ao dólar:
– Brasil: -10,54%
– Argentina: -10,48%
– Turquia: -10,12%
– México: -8,50%
– Tailândia: -6,95%
– Coreia do Sul: -6,52%
– Indonésia: -5,67%
– Colômbia: -4,87%
– Chile: -5,73%
– Hungria: -5,77%