No Tocantins, os índices de recusas aumentaram muito e estão prejudicando os resultados de todo Brasil. O órgão convoca a população a atender os pesquisadores e, dessa forma, colaborar com os agentes públicos na construção de medidas de enfrentamento da crise social e econômica.
por Redação
Com a pandemia do novo coronavírus, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) suspendeu a coleta presencial de dados e adotou o preenchimento de questionários via telefone e internet e tem utilizado todos os recursos possíveis para a coleta. Mesmo assim os entrevistadores estão enfrentando enormes dificuldades com as novas formas de coleta, pois os informantes selecionados não atendem as ligações ou, por desconfiança, se recusam a responder as perguntas. No Tocantins, os índices de recusas aumentaram muito e estão prejudicando os resultados de todo Brasil. O órgão convoca a população a atender os pesquisadores e, dessa forma, colaborar com os agentes públicos na construção de medidas de enfrentamento da crise social e econômica.
De acordo com o supervisor de Disseminação de Informações do IBGE Tocantins, Paulo Ricardo Amaral, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua), que coleta dados de trabalho e rendimento da população, é a que tem sido mais afetada. As entrevistas referentes ao mês de março seriam encerradas nesta segunda-feira, 13 de abril. Contudo, o percentual de questionários não respondidos é muito alto, principalmente no interior do estado. Em Araguaína chega a 75%, em Porto Nacional é de quase 70%, Araguatins 60%, Palmas 49% e Colinas 30%.
A pesquisa tem importância capital neste momento. Ela tratará dados econômicos e sociais do primeiro trimestre do ano, ou seja, vai mensurar o real impacto da pandemia do coronavírus no estado, nos empregos, na educação e nos domicílios. A falta de levantamento de informações nesse período trará consequências seríssimas a todos os cidadãos. Fará com que os gestores púbicos fiquem cegos a respeito das medidas a serem tomadas apara o enfrentamento da crise.
Mais que isso, o IBGE ressalta que a pesquisa faz parte de contexto internacional de levantamento de informações estatísticas em que o Brasil está inserido e sua falha acarreta graves consequências ao país no cenário internacional. A perda de credibilidade em relações com organismos internacionais como a Comissão de Estatística das Nações Unidas (UNSD), ligada a Conselho Econômico e Social das Nações Unidas seria uma enorme perda nos esforços de relações internacionais do país.
O chefe do IBGE no Tocantins, João Francisco Severo Santos, explica que os dados coletados são sigilosos e, por lei, não podem ser divulgados individualmente. Ele ressalta que nesse momento de pandemia é ainda mais importante que a sociedade entenda a relevância das pesquisas e atenda o IBGE pelo telefone para garantir que as informações que o país precisa continuem sendo produzidas.
“É mais importante do que nunca termos dados válidos para avaliarmos a situação que estamos passando. Então, nós precisamos desses dados de emprego, renda e de como vivem as famílias para que possamos municiar os tomadores de decisões e eles possam implementar políticas públicas. Para isso, as pesquisas precisam continuar, não só as pesquisas domiciliares, mas também as pesquisas agropecuárias e econômicas”, enfatiza o dirigente.
Identidade do entrevistador
A pessoa que estiver com dúvida se a ligação que está recebendo é ou não do IBGE, pode ligar gratuitamente para 0800-721-8181, digitar a opção 1 e confirmar a identidade do entrevistador. O funcionamento do 0800 é de segunda a sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 14h. Outra forma de confirmar a identidade do entrevistador oferecida à população brasileira é através de consulta ao site Respondendo ao IBGE (https://respondendo.ibge.gov.